domingo, julho 29, 2007

De vez em quando... um poema!

"Daqui, desta Lisboa...

Daqui desta Lisboa compassiva
Nápoles por suíços habitada,
Onde a tristeza vil e apagada
Se disfarça de gente mais activa;

Daqui deste pregão de voz antiga,
Deste traquejo feroz de motoreta
Ou do outro de gente mais selecta
Que roda a quatro a nalga e a barriga;

Daqui deste azulejo incandescente,
De soleira da vida e piaçaba,
Da sacada suspensa no poente
Do ramudo tristolho que se apaga;

Daqui, só paciência, amigos meus!
Peguem lá o soneto e vão com Deus..."


Alexandre O´Neill - Poesias Completas - Assírio & Alvim

Continuem a rebolar "a nádega e a barriga"...
Mas cuidado com o sol. Não se queimem!...

Beijos e abraços

26 comentários:

tardes mágicas disse...

O'Neill na sua irónica amargura. Contra a corrente, escolher um poema destes num maravilhoso dia de sol em que Lisboa brilha em toda a sua luz...

Maria P. disse...

De vez em quando sabe bem!

Beijo e abraço*
:)

sonhadora disse...

Sabe sempre bem!
De férias, mas pensando nos amigos, passei para deixar beijinhos embrulhados em abraços.

Frioleiras disse...

Beijos
para
ti !


F.

vieira calado disse...

O O' Neill era um poeta com muito génio.

Maria disse...

O'Neill sabe sempre bem... a qualquer hora do dia ou da noite...

Beijos

tolilo disse...

I LOVE PINK
BUT
I LOVE TO READ

SERIOUS THINKS

OF LIFE !




GOOD MORNING FRIEND !

hfm disse...

O'Neill sempre!

Do calor é melhor nem falarmos...

Anónimo disse...

Um abraço fraterno, amigo-irmão.

Licínia Quitério disse...

Peguei o sol e o soneto. Gosto de ambos:)

Espaços abertos.. disse...

Resp. ao comentário..pode muito bem acontecer trabalho lá todos os dias .
Naquela linda aldeia alentejana
Bjs Zita

o Reverso disse...

desta vez um pouco de humor.
não negro, acinzentado.
abraço.


ps-foi uma boa ideia, vou à estante e relembrar um pouco.

Anónimo disse...

o olá...gostei de o "encontrar" no meu amigo JAB.



beijos.


imf.

Buda Verde disse...

as leituras dos citados é útil. Mas infelizmentes o "companheiros" não respeita a bibliografia e nada fazem.

Abraços!!!

Anónimo disse...

Nápoles por "suiços" habitada?
Amigo, explique lá isso melhor aos leigos...
Abraço.

Frioleiras disse...

Tu, Herético, que já regressaste de férias,
não percas,
de todo,

E, olha ...

"O TAPETE ORIENTAL EM PORTUGAL: Tapete e Pintura – séculos XVI a XVIII".

A NÃO PERDER!
ABSOLUTAMENTE !

NO M.N.A.A.

Frioleiras disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Manuel Veiga disse...

Jacaré,

um pouco contaditório, de facto - Lisboa "por (activos) suíços habitada..."

somos mais gente "compassiva" e ... meridional!

(mas este O´Neill é um poço de contradições, não faças caso ... rss)

abraços

isabel mendes ferreira disse...

:))))))))))))))
_______________.




sim. aqui.

beijo.

sonhadora disse...

De passagem, deixo beijinhos embrulhados em abraços.

vida de vidro disse...

Um poema... sempre. Terrível lucidez, a de O'Neill! Uma voz imprescindível. **

un dress disse...

desconhecia este poema.

irónico incisivo

a dizer de boca fechada...




beijO

bettips disse...

Sempre certeiro, recorrendo às palavras corriqueiras como um mestre da sátira maior: ser português e inteligente. O'Neill, o mágico. O teatrinho acabou no sábado passado: era muito bom, sei que irias gostar. Fui vê-lo a convite de uma das "mininas". E a ternura das frases dos miúdos sobre o que tinham de urgente a dizer... a morte encenada em palco do Elvis cantando "You were always on my mind", as confissões, os ódios pequenos... Bem, era teatro amargo do dia a dia: talvez nos 100 anos da RTP se veja! Abraços

Gi disse...

Irónicas ou sarcásticas, acutilantes a a maior parte das vezes, não se consegue deixar de reflectir em cada um dos seus poemas mesmo que surreais algumas das vezes :)

Um beijinho

(Escrevi há dias a razão da minha ausência , hoje volto mas devagarinho ... )

Frioleiras disse...

Depois de Pinamonti(TNSC)...
Foi a vez de Dalila Rodrigues (MNAA)
ser "despedida" ...

Que vergonha de País o nosso !

Jorge Castro (OrCa) disse...

A ver se alguns "suiços" ainda ficam nesta Nápoles por desleixo maltratada... ou não, por falta de um soneto que estale em bofetada. Ainda que, com tanta água metida, auguro mais Veneza a esta Lisboa.

Um grande abraço.

(Já vi que chegaste à Pessoana. Dali sairá coisa digna de se ler, escreve aí na tua agenda.)

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