sábado, agosto 18, 2007

Outras Personagens - Max Roach

Com 83 anos, faleceu, em Nova Iorque, Max Roach. Dizem os especialistas que foi um dos maiores músicos de jazz. Os seus companheiros consideram-no o maior baterista de sempre. Dele se diz te afirmado que “nunca se pode escrever o mesmo livro duas vezes” para sublinhar a importância de se explorarem sempre novos caminhos...

Nasceu em New Land, Carolina do Norte, nos Estados Unidos. A sua família, porém, mudou-se para o Brooklyn, quando Roach tinha apenas quatro anos. A mãe era cantora de música gospel. Com dez anos, Max Roach já tocava bateria em bandas deste género musical. A sua primeira grande apresentação, porém, foi em Nova Iorque, aos dezasseis anos, substituindo Sonny Greer, numa performance com a Duke Ellington Orchestra.

Cresceu nos clubes de Harlém.

“Quando era pequeno, em Nova Iorque, trabalhávamos sete dias por semana, sem parar” – contou, em 1997, ao Washington Post – “Tocávamos das noves da noite às três da manhã; depois arrumámos as coisas e íamos para os clubes after hours das quatro às nove da manhã...”

Na década de 1940, Max Roach era já famoso no mundo do jazz, tocando com músicos como Charlie Parker e Dizzy Gillespie. Desistiu, porém, de estudar composição na Escola de Música de Manhatan, depois de um professor lhe ter dito que tinha uma técnica incorrecta. “A maneira como queriam que tocasse – explicou mais tarde – era óptima, se eu quisesse uma carreira numa orquestra sinfónica, mas eu funcionava na Rua 52”

Foi dos primeiros bateristas a tocar o estilo bebop e actuou em bandas lideradas por Dizzy Gillespie, Charlie Parker, Thelonious Monk, Coleman Hawkins, Bud Powell e Miles Davis.

Em 1960, Max Roach compôs e gravou, com a cantora Abbey Lincoln, (com quem foi casado) ,"We Insist! Freedom Now suite", uma suite destinada às comemorações do centenário da "proclamação de emancipação", de Abraham Lincoln. Porém, a inclusão da sua obra na lista negra da indústria fonográfica norte americana teve como objectivo impedir que o baterista contribuísse, com a sua arte, para a experiência de luta de emancipação dos negros norte americanos.

Esta obra – "Freedom Now" - constitui um dos momentos mais fortes do activismo político de Max Roach contra a segregação racial e em defesa dos direitos dos negros, tendo sido proibida na Africa do Sul, no regime do apartheid.

Foi na Festa do Avante, em 1979, que Max Roach se estreou em Portugal. Ruben de Carvalho – citado pelo “Público” de 18.08.07 – afirma, a propósito: “para além da música, interessava-me, obviamente, em Max Roach a sua intervenção social, tanto pedagógica, como política...”

Mais tarde, em 1995, Max Roach actuou, no celebrado festival “Jazz em Agosto”, da Fundação Calouste Gulbenkian...
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Deixo-vos, ao som do melhor jazz, por mais alguns dias...

2 comentários:

Maria disse...

Eu só o vi na Festa.....

MS disse...

Sem dúvida, excelentes momentos de jazz nos deixas!

Roach é mesmo lendário em todos os aspectos!
Sensível homenagem a mais um dos míticos que abandona o seu 'instrumento/voz'!

beijos

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