sexta-feira, abril 04, 2008

(Des)ajeitando um poema...

Declina este silêncio a voz da tarde
Que sobre o Tejo embala caravelas.
Guindastes frios chorando primaveras
Aventuras em farrapos pelo molhe...

Cravo e canela. Era outrora miragem
Do sangue o que é hoje azul perdido.
Não era glória: era apenas o sentido
De partir sem receio de ancoragem ...

Não mais bandeiras desfraldadas na janela
Nem olhares cativos em cada espera
Do marinheiro em louros celebrado...

Ó Pátria minha, agora! Mimética altivez
Em tempo prisioneiro do deserto de Fez:
- Sonho de sonho, ora perdido, ora achado...

.............................................................

Bom fim de semana...

28 comentários:

mdsol disse...

temos vate?
uauuuu

:))

Ana Beatriz Frusca disse...

É vate mesmo!
Tem um clima de Sá carneiro aí em seu poema, que é belíssimo! De tanto ler os blogs de seus patrícios apostaria que vc é Monaquista, Pah!
Bom fim de semana pra vc!

Bjuxxx.

(L)

tolilo disse...

gosto muito de ler poemas, tio Herético

Chuac, Chuuuuuuuuuuuuuuuuuac!!!!!!!!_________

para ti!

Carla disse...

sonho de sonho...palavras para lá do sonho...lindo
bom fim de semana

Unknown disse...

Pois não desajeitaste um poema!
Estarias a ser modesto...
É um poema, definitivamente.
Nostálgico...
Mas poema.
Novidade, também.


[BEIJO]

Justine disse...

Desajeitando?? Que faria de ajeitasse!!
E um soneto, deuses! É preciso muito engenho e arte. Por isso, e porque o teu soneto está cheio de ritmo e de belas imagens, as minhas homenagens sinceras.
Beijo e bom fim de semana

Graça Pires disse...

"Não era glória: era apenas o sentido
De partir sem receio de ancoragem ..."
Há sempre um sonho dentro de outro sonho.
Gostei do poema.Um abraço e bom fim de semana.

andorinha disse...

Belíssimo poema! Cativante.
"...era apenas o sentido de partir sem receio de ancoragem..."

Não são necessárias mais palavras. A poesia sente-se.

Bom fim-de-semana.

Frioleiras disse...

poeta novo ?
És?..............

bj...

Isamar disse...

Ajeitado o poema, deliciei-me a lê-lo. Muito jeitoso!

Beijinhossss

isabel mendes ferreira disse...

mimético o poema. entre o telúrico e o endógeno.



(afinal o para/político vira para/poético)

bom dia.

trovas de bem escrever.

Maria Laura disse...

Ficou muito bem ajeitadinho... :)
Um olhar que nem diria nostálgico mas talvez reflexivo sobre os caminhos desta Pátria oscilante entre o apelo da glória e da aventura e esta tristeza de "aventuras em farrapos".

Vale a pena dizer que o poema é bom? Ora, o que eu tenho é inveja de não conseguir escrever bem em registos tão diferentes... :))

Marinha de Allegue disse...

Desaxeitado?? estás seguro??. Semella axeitadinho...

Beijosssss axeitados.
;)

Tinta Azul disse...

Não sei porque acrescentaste o "des". Gostava do primeiro títuto que lhe deste, aí sim, o parentesis cabia.Des(a)fiando... porque desfiava e desafiava.
Não encontro aqui desajeitamento nenhum. Está sim bem ajeitado: bem
escrito. :))

fc disse...

Fantástico!

São disse...

Com cravo e canela perfumou este poema o meu resto de domingo: obrigada!
Feliz semana.

Oliver Pickwick disse...

O ciclo da História é impessoal e insensível. Aos seus "olhos", toda grandeza não passa de um singelo grão de areia.
Poema nostálgico, como se escrito do convés de uma nau saída da Escola de Sagres.
Abraços!

P.S.: A Biazinha aí em cima fez-lhe uma grave acusação. Quero ver como vai se entender com o Fidel e o Niemeyer.

velha gaiteira disse...

Que grande poeta se adivinha em ti, caro amigo !

Gostei do teu poema!

Manda-nos mais!

Abração

Maria P. disse...

E que jeito para ajeitar!

Beijinhos*

un dress disse...

muito bonito :)

uma espécie de

verde

melancolia...






beijO

Manuel Veiga disse...

Olivier Pickwick,

a Biazinha tem razão. como tu sabes (e a menina pode aprender) Fidel e Niemeyer são dois "Princípes da Renascença".

por isso...

abraços.

Licínia Quitério disse...

(Des)encontros teus com nossa História. Em versos celebrados...
:)

vieira calado disse...

Muito bom!
Muito bem escrito e cheio de intencionalidade e de verdade.
Um abraço

Jorge Castro (OrCa) disse...

Ó estouvada mão
que para um poema súbito saltaste!
Não te vou dizendo, maganão,
que se a prosa corre em ti, em poema tu voaste?...

;-)

Abraço.

Afrodite disse...

eu já conhecia a tua veia poética;

dela, uma pérola brilha hoje lá na minha casota (nem tu te devias lembrar; contudo, eu guardei-a religiosamente)

Obrigada e uma beijoca

M. disse...

Muito belo, nesse (des)encanto que deste (outro) modo nos ofereces.

o Reverso disse...

agradeço as palavras que me deixaste mas para mim este é bem mais difícil.
abraço

Sandra Fonseca disse...

A nostalgia nas palavras... Prá mim uma marca da verdadeira poesia dos portugueses. É um belíssimo soneto! Sabe a mar, ventos e caravelas...
Um abraço.

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