sexta-feira, maio 30, 2008

Tese, antítese e síntese...


Dois blogs, que muito considero, colocam-me numa situação bem curiosa.

A manhã desafia-me a seis palavras com seis fotografias “ilustrando o que somos ou o que nos interessa”.

A mdsol desafia-me a deixar aqui seis “coisas que deteste”!

Compreendam o meu embaraço. Tese e antítese de mim? Como fazer a síntese de tão amáveis pedidos? Confesso-me incapaz. Uns dias o espelho devolve-me uma imagem de pessoa tolerante, amável, generosa, sensível, emotiva e responsável; outros dias, porém, o espelho castiga-me com severidade: colérico, autoritário, egoísta, vaidoso, arrogante e – tenho que reconhecer – vagamente cínico...

Espelho meu, espelho meu...

Existem, no entanto, por vezes, espelhos de cristal que nos devolvem rosto de nossos heróis e que ajudam a compreender o nosso. Como o que compartilho convosco, ali em cima...

Espero que gostem!...
........................................................

(Agora reparo - esqueci-me de me nomear como pretensioso!)






19 comentários:

Maria disse...

Que bela resposta a estes desafios.
Belíssima!
Curvo-me perante a originalidade da tua resposta... :))))

Beijos, beijos, mais beijos

Isamar disse...

E assim, baseando-te no método dialéctico(tese, antítese e síntese) e do aparente conflito entre tese e antítese, surgiu a tua síntese,um post que traz dentro de si elementos resultantes desse "embate". A síntese,uma nova tese, resultante de dois desafios que te foram colocados, é este post harmonioso que revela aquilo que há muito penso do autor deste blogue:culto,educado, inteligente, simpático ...
Gostei muito, como não podia deixar de ser, e desejo-te uma longa permanência na blogosfera.

Bem fim de semana!

Beijinhosssss mil

Unknown disse...

Que severidade!...
[Precisarás de trocar de espelho?]

Gostei de ler a página referente ao Marx.
No entanto, prefiro as qualidades humanas que tu deixas adivinhar, do que as dele. [Consta que tinha muito mau feitio e as filhas, até foram generosas...].

Quanto a espelhos, oferecia-te um dos meus, que de pouco me servem... e verias um amigo atento, talvez um pouco cínico, porque não?

A atenção encontra-se, cada vez menos. Cada vez mais, é de uma enorme importância: na justa medida em que tu a tens.

[Beijo de amiga para um amigo]

isabel mendes ferreira disse...

não acredito.



no pretensiosismo.



bom fim de semana.

com defeitos e com virtudes.


afinal todos temos um pouco ou muito deles e delas.....:)
______________________.

Maria Laura disse...

E provavelmente és tudo isso, porque todos nós somos complexas "misturas". É o que faz com que cada um seja único.
Mas fiquei a saber algo de Marx (revês-te nisso?) gostava de mulheres frágeis e homens fortes. Nem os ídolos escapam aos clichés... razão pela qual têm mesmo pés de barro. :)

scaramouche disse...

:)

gostei.

scaramouche.

Tinta Azul disse...

Muito interessante a forma como te resolveste os desafios :)

Porque gosto muito deste poema e foi dele que me lembrei quando li o teu post, aqui fica.

LIVRO DE HORAS

Aqui, diante de mim,
Eu, pecador, me confesso
De ser assim como sou.
Me confesso o bom e o mau
Que vão em leme da nau
Nesta deriva em que vou.


Me confesso
Possesso
Das virtudes teologais,
Que são três,
E dos pecados mortais
Que são sete,
Quando a terra não repete
Que são mais.


Me confesso
O dono das minhas horas.
O das facadas cegas e raivosas
E das ternuras lúcidas e mansas.
E de ser de qualquer modo
Andanças
Do mesmo todo.


Me confesso de ser charco
E luar de charco, à mistura.
De ser a corda do arco
Que atira setas acima
E abaixo da minha altura.


Me confesso de ser tudo
Que possa nascer em mim.
De ter raízes no chão
Desta minha condição.
Me confesso de Abel e de Caim.


Me confesso de ser Homem.
De ser o anjo caído
Do tal céu que Deus governa;
De ser o monstro saído
Do buraco mais fundo da caverna.

Me confesso de ser eu.
Eu, tal e qual como vim
Para dizer que sou eu
Aqui, diante de mim!

Miguel Torga (1907-1995)

Publicada por Tinta Azul em 26.7.06

Tinta Azul disse...

esqueci-me de dizer que o que mais me chamou a atenção no que refere aos gostos de Marx foi a fragilidade das mulheres...tá certo

ai Marx Marx
que mar[x]frágil me sinto...cheio de vigorosas ondas
eheheh
:)

mdsol disse...

speechless

:))))))))))))))))))))))))))))))

luis lourenço disse...

Meu caro herético com entras tu nestas brincadeiras femininas que são menos "maldade" do que poções divinas?
Invejo-te a faculdade de as teres deliciado mansinhas...moral da história-enfrentaste bem esse ousado desafio...e a informação que dás é bem curiosa!

um abraço

mariam [Maria Martins] disse...

bem...
mas pareceu-me ter-se esquecido de um adjectivo ... "talentoso"
é o que por aqui vejo... talento!

bom fds
uma semana em "alta"

um sorriso :)

Justine disse...

Um belo retrato de corpo inteiro!
E a "técnica de pintura", muito original, de que resultou uma complexidade cristalina :))
Bom fim de semana

Eme disse...

Herético.. tantas pistas que deixas. agora vou tecer por mim as minhas hipóteses.
e não tarda
formo-te à imagem que és.

Beijo para ti. estás muito bem assim, cheio de hipóteses.

Evasões disse...

Pretensioso? Nem um pouco! Apelo à minha pertinaz memória para que me permita reencontrá-lo.
Um post que, desculpe-me a ousadia, será seu bilhete de identidade.
Magnífico.

Um abraço

Jorge P. Guedes disse...

Há uma semana sem possibilidades de visitar os blogues de que gosto, recomecei hoje esta actividade.
Depara-se-me este post que fala de desafios e de teses e antíteses.
Sou uma antítese de mim mesmo tantas vezes. Quem o não será?

Saudações amistosas.
Jorge P.G.

Maria P. disse...

Mestre na resposta! Muito bem, gostei.

Beijinho*

un dress disse...

é esta a tua nudez...? :)

que nada de humano estranhes.

gostei particularmente ~





beijO

Licínia Quitério disse...

Os espelhos, ah os espelhos. Por vezes cínicos, por vezes cruéis. Nunca nos devolvem um retrato que aceitemos ser o nosso.

Engenhosa a tua estratégia.

M. disse...

Requintada resposta.

CELEBRAÇÃO DO TRABALHO

  Ao centro a mesa alva sonho de linho distendido como altar ou cobertura imaculada sobre a pedra e a refeição parca… e copo com...