sexta-feira, agosto 07, 2009

Murmúrio de água...

Talvez a vibração que tomba a folha
Seja frémito do húmus no âmago da terra
Ou murmúrio de água.

Sortilégio de milagres em aridez de cinza...

Talvez alvoroço de esperança
Em corações de pedra.

Ou utópica planta que de tão avara se solta...

Ou música inacabada tecendo o sonho.
Gérmen no frio das estepes em demanda
Ou sede dos desertos escalando os muros
Das cidades...

Talvez a arqueologia de afectos esteja
Inscrita no negrume das coisas
E a vertigem seja o pão dos homens...

E as noites de agora meridianas claridades...

Talvez o barro seja espera ou fruto proibido
E minha fome a dor da Humanidade...


..............................................

Bom fim de semana...

Venho já. Breve ausência...

Beijos e abraços.

21 comentários:

Jorge Vieira Cardoso disse...

muito intenso esse sentir...

ao acaso aqui vim e fui fluindo sentires em "Murmúrio de água..."

abraço...

GP disse...

Que o murmúrio da água te acompanhe nestes dias de sossego.

Um beijo

Paula Raposo disse...

Hummmmmmm gostei! Não compreendo os poemas longos...mas este entrou!! Beijos. Volta...

Peter disse...

Poesia da que gosto, sem amor nem rodriguinhos.

Vou pondo os livros e os DVDs em dia, longe da confusão.

Mare Liberum disse...

Muito intenso o teu poema. Delicio-me com a leitura várias vezes feita.

Bem-hajas!

Bom sossego!

Beijos

jrd disse...

Mais um belo poema de esperança.
Um abraço

vieira calado disse...

A vertigem É o pão dos homens!

Boas férias, amigo!

tulipa disse...

“A frouxidão no amor é uma ofensa,
Ofensa que se eleva a grau supremo;
Paixão requer paixão, fervor e extremo; eu ardo, eu gemo; eu choro, eu desespero, eu clamo, eu tremo…”
Andando pela net, descobri esta poesia de Bocage.
Como estou de acordo com o 1º dos versos:
“A frouxidão no amor é uma ofensa…”
Pergunto, qual a tua opinião?
Vem, diz-me o que achas.
Para mim:
No amor tudo deve ser sentido e vivido com bastante intensidade.
Bom Domingo.
Beijos

Que a ausência seja por uma boa causa!!!

vida de vidro disse...

Gosto de todo o poema, mas este verso "E a vertigem seja o pão dos homens" fica-me particularmente marcado. Tem que ser, não é? Ou não vivemos, na realidade.
Como sempre,um prazer renovado, a tua poesia. **

São disse...

A vertigem é uma riqueza que certa scriaturas não conseguem alcançar...

O poema me agradou, claro.

Boa semana para ti...ou agradáveis férias!

~pi disse...

o barro

acabou

? transformou-o deus,

[ agora fala, fala o barro,



boas férias!!



beijo




~




.

mariab disse...

um murmúrio de água que embala o sonho e mata a sede dos desertos. um belo poema, este que nos deixas. boas férias, se for o caso. beijos

Klatuu o embuçado disse...

Temos poeta... :)=

Abraço e boas férias!

Arábica disse...

Fico a ouvir o murmúrios.

Bom descanso, ainda que breve.

Nilson Barcelli disse...

Um belíssimo murmúrio.
Que se ouve alto e bom som...
Boas férias, se for o caso.
Abraço.

Mar Arável disse...

Contigo

pelo sonho

é que vamos

Maria Rosmaninho disse...

Talvez a esperança renasça numa manhã de nevoeiro...
Talvez a fraternidade consiga unir os homens numa vontade única...
Talvez a palavra amor consiga ser o pregão de cada dia!

Há muito tempo que não passava por aqui, mas o que li deixou-me uma enorme satisfação por sentir que continuas a escrever muito bem.

Boas férias

Um beijo

jawaa disse...

O pêndulo marca a hora...
Continuação de boas férias.
Abraço

bettips disse...

Tal qual a calma do meu "pescador", lembras-te? Ensimesmado, olhando a placidez da água.
Só a calma se entende assim, murmúrio.
Bjinhos

Graça Pires disse...

"Talvez alvoroço de esperança
Em corações de pedra"
Talvez. Talvez.
Um abraço.

Licínia Quitério disse...

Talvez esse murmúrio de água...
Talvez um poema assim...
Talvez ainda a esperança...

Um beijo.

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