sábado, julho 24, 2010

Blue(s)

Persiste o azul como se tela fosse.
Vulcão em transe de soltar-se. E o vermelho
Apenas indício. Ou ténue labareda
Em asas de cetim…

Sopram os olhos brasa. Também azuis.
Como se a hora do voo fosse de espera
E a borboleta apenas o corpo da brisa.
Que de tão suave queima e queimando
Se arrisca no canto fugidio da chama ...

Flores de lume nos traços do rosto
De azul vestido. Como farrapos de céu
Que em dor se abrem e em desejo
Se cumprem sobre as plumas caprichosas
Do voo no esplendor dos dias…

E deste lado o fio de ariane. Apenas.
E a seda dos laços em que cativo me solto.
E me rendo. E me comovo no azul
Dos coloridos traços...

11 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Palavras fortes...
Outras ternas...
...todas e sempre a sugerirem desenvolvimentos de poema!

vieira calado disse...

O azul e todas as suas nuances

e conotações.

Bonito poema!

Um abraço

Maria disse...

Muito bonito. Cada vez melhor, é o que te digo...

Beijos.

São disse...

Adorei, quanto mais não fosse porque o azul é a minha cor amada de paixão, rrss

Bom domingo.

Virgínia do Carmo disse...

O "azul" comove!

Bjos

Virgínia do Carmo disse...

O "azul" comove!

Bjos

Anónimo disse...

gosto muito muito do verso "sopram os olhos brasa". acho que é esse olhar que está mais perto do amor :) um grande beijinho, heretico.

jawaa disse...

Como sabe bem encontrar este azul por aqui, onde tudo acontece e nos perdemos!
Depois há sempre o fio para nos ajudar a sair do labirinto.
Assim seja.
Um abraço, poeta.

casa de passe disse...

...e o vermelho apenas indício de uma esperança uma esperança levada em asa...

...que de ariane não se soube desenrolar o fio e o caminho não foi encontrado...


Ernesto, o avô

Jorge Castro (OrCa) disse...

Neste tempo de mornas férias, pela poesia é que (ainda) vamos...

Um abraço.

GS disse...

... mas que belo poema em volta do azul de sonhos meus! E enfeitado de entrelaçadas palavras, em versos soltos!
Adoro o teu jeito de poeta! Como sempre!

Um beijo,
(regresso do norte, curta pausa, campo e mar, no país que temos e que tantas vezes esquecemos!! Silêncio, natureza, brisas quentes, leituras soltas,
descanso)

CELEBRAÇÃO DO TRABALHO

  Ao centro a mesa alva sonho de linho distendido como altar ou cobertura imaculada sobre a pedra e a refeição parca… e copo com...