sábado, outubro 30, 2010

Entremês(ez) burlesco…



Ao que parece, o entremês burlesco chegou ao fim. O PS e o PSD revelam, publicamente, que estão unidos como irmãos siameses na magna questão orçamental. O mesmo é dizer que unidos nas mesmas políticas de desastre nacional das últimas décadas, em que se revezaram no Governo.

Apenas os incautos poderiam duvidar…

Claro que nesta farsa, tudo se conjugou, ao milímetro, para que o candidato Cavaco Silva assumisse as funções de contra-regra. A peça, porém, é mero guião simplex, decidido nas instâncias económicas internacionais, como a despudorada intervenção da banca nacional bem revela, face a iminência do corte dos créditos, que alimentam a rapacidade capitalista…

Mas haja Deus! Teremos orçamento de Estado e Cavaco Silva é seu profeta!...

O mesmíssimo “homem do leme” que, agora compungido, declara que lhe “dói a situação País”, mas que foi o feitor mor, enquanto Primeiro-ministro, dos interesses económicos e políticos que descambaram na situação presente. Não o único, claro! A mesmíssima política trazia antecedentes socialistas e, no seu bojo, consequentes ainda mais radicais, também socialistas.

Mas Cavaco Silva não pode por o rabo de fora, passe e plebeísmo. Como Primeiro-ministro e, enquanto Presidente da República, tem sido no plano nacional, persistentemente, um dos artificies do modelo económico que levou o Pais ao desastre.

Ou não foi ele quem liquidou a agricultura, as pescas e a indústria nacionais, em nome de uma “política de betão” e de serviços, que injectou milhões e milhões de euros na alimentação de empresas privadas e fortunas obscenas? Na base de pródigos subsídios, benefícios fiscais e salários baixos…

E, como Presidente da República, alguma vez se demarcou do modelo económico e social dominante? Aliás, em seus penosos discursos e elípticos recados, em nada tem questionado os ataques ao dito “modelo social europeu” (seja ele o que for) e seus impactos no quotidiano das pessoas, que alargam, cada vez mais, o fosso da pobreza… Limita-se a pios gemidos, em água chilra de assistencialismo e filantropia como solução para os problemas sociais…  

Anuncia-nos, agora, em euforia de auto-elogio, que em segundo mandato presidencial, irá exercer “magistratura de influência activa”…   

Acautelem-se, pois. Ponham as barbas de molho, meus caros. E, minhas amigas, resguardem as formas anatómicas mais cobiçadas e roliças – o Presidente-candidato vai ser activo de ora em diante!...
       

terça-feira, outubro 26, 2010

Tchaikovsky Symphony #6 "Pathetique" : movement #3

"No tempo em que festejava..."

"No tempo em que festejava o dia dos meus anos
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter esperanças que outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não tinha esperanças.
Quando vim olhar a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto de mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco,
O que fui de serões de meia província,
O que fui de amarem-me e ser menino,
O que fui – ai meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o eco...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

Hoje eu sou como a humidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que hoje sou é terem vendido a casa,
È terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico de alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com muitos lugares, com melhores desenhos na loiça,
com mais copos,
O aparador com muitas coisas – doces, frutas, o resto na sombra
debaixo do alçado –
As tia velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos....

Pára, meu coração!...Não penses!... Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos...Duro...Somam-se dias...
Serei velho quando for!...Mais nada!
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...”

Álvaro de Campos




sexta-feira, outubro 22, 2010

Vivaldi Four Seasons Spring Sand Animation film Ferenc Cakó

In illo tempore...



Teciam carícias como flores. Sobre a relva, os corpos ébrios de espaço. O rodopio. O céu e terra misturavam-se na vertigem. Depois exaustos, caiam e enrolavam-se, em fusão de adolescência e primavera.

Então ele tecia grinaldas de malmequeres e enfeitava seus cabelos. Em glorificação pagã de tempos futuros, pois agora nada sabiam: eram inocente pulsão de vida. Ela ria. O marfim dos dentes, o vermelhão húmido dos lábios, os seios a despontar no estampado da blusa. Ele atrevia-se. Por vezes, ao joelho destapado. E a mão a subir à coxa, tremendo de novidade e emoção.

E a voz esquiva, no sorriso: “Está quieto. Aí, não!...”

E corriam, de pássaros nos olhos, levantando revoadas...

O sol criava reflexos de oiro nos olhos verdes de Joaninha. Queimavam. Ele abrasava no sangue revolto. Ofegante, crescia. Olhava-a: “Dá-me um beijo!...” – dizia em oração murmurada.

Perversa e risonha, apontava o rosto. Desiludido e amuado, teimava: - “ Tu prometeste. Dá-me um beijo!...”

Ergueu-se, majestosa. Com a mão, em concha, a proteger os olhos, alargando o olhar para além do horizonte, sorriu, em arrepio de infinito: - “Dou-te um beijo, se me disseres onde fica o mar...”

O rapaz inventou o mar naquela tarde...

domingo, outubro 17, 2010

A Europa e a Questão Social

A pressão que está a ser exercida pela Comissão e pelas potências europeias sobre os países de economias mais frágeis e de maiores níveis de pobreza é contra todos os princípios de coesão económica e social” – afirmou Ilda Figueiredo, em recente intervenção no Parlamento Europeu sobre a “Questão social no Tratado de Lisboa”.

E acrescentou:

A verdade é que só houve possibilidade de ultrapassar os critérios irracionais do Pacto de Estabilidade enquanto foi necessário os Estados membros apoiarem os bancos na sequência dos problemas que viveram por causa do lixo tóxico que criaram. Agora, que os bancos absorveram os apoios públicos de milhares de milhões de euros, e dispararam as dívidas públicas de países com maiores dificuldades, voltou a pressão para reduzir dívidas e défices, sem ter em conta o emprego, a inclusão social e os direitos universais à educação e à saúde públicas, ao alojamento, a salários e a reformas dignas”.

E noutro passo:

“Em nome da sustentabilidade das finanças públicas, multiplicam-se políticas de austeridade que estão a ser impostas nalguns países como Grécia e Portugal, aumentam as injustiças sociais, multiplicam o desemprego e a pobreza e exclusão social ameaçam 120 milhões de pessoas nesta União Europeia.

Assim, referiu ainda, aqui ficam as perguntas:

"Que Europa social é esta? Em Ano Europeu de Luta Contra a Pobreza, onde estão as garantias de rendimentos mínimos que enfrentem a pobreza?

Onde pára a integração dos objectivos sociais e da sustentabilidade social nas políticas macroeconómicas? Onde está a defesa e promoção dos serviços públicos?

Para quando uma orientação social convergente e uma efectiva avaliação do impacto social das políticas monetárias, do Pacto de Estabilidade, das políticas orçamentais e fiscais, das políticas de concorrência e do mercado interno como exigem os trabalhadores nas lutas que se multiplicam por essa Europa fora?”

Entretanto,

A eurodeputada Ilda Figueiredo defendeu a atribuição de um rendimento mínimo com fundos europeus aos pobres da Europa comunitária, realçando que, no caso português, o rendimento social de inserção não chega para todos os carenciados.

E apresentou, na Comissão de Emprego e dos Assuntos Sociais do Parlamento Europeu, o projecto de resolução sobre o papel do rendimento mínimo na luta contra a pobreza e na promoção de uma sociedade inclusiva na Europa.

Nesse sentido, pediu à Comissão Europeia “uma iniciativa que permita a cobertura universal de um rendimento mínimo adequado na União Europeia, como medida de prevenção contra a pobreza e para garantir a justiça social e a igualdade de oportunidades para todos, sem pôr em causa as especificidades de cada Estado-membro”.

A eurodeputada frisou que alguns países da União Europeia não garantem um rendimento mínimo aos mais desfavorecidos, sendo que em Portugal a atribuição do equivalente Rendimento Social de Inserção, “não dá cobertura a todas as situações” de pobreza, nomeadamente a de trabalhadores ou reformados com salários ou pensões muito baixos.

O projecto de resolução de Ilda Figueiredo será apreciado no decurso do mês de Outubro no plenário do Parlamento Europeu.

…………………………………………………

Maria Ilda da Costa Figueiredo nasceu em Troviscal, 30 de Outubro de 1948.

Passou a infância e a juventude em Troviscal, até se mudar para Chaves com a família e mais tarde para Vila Nova de Gaia. Iniciou a sua vida profissional como professora do Ensino Primário, e licenciou-se em Economia, pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.

Em Aveiro fez parte da Juventude Operária Católica e filiou-se no Partido Comunista Português, após o 25 de Abril de 1974. Colaborou com o Sindicato Têxtil do Porto, onde se profissionalizou como técnica sindical, em 1977. Dois anos depois, estreava-se como deputada à Assembleia da República, eleita pelo PCP, funções que manteve até 1991. Paralelamente desempenhou o cargo de vereadora na Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, entre 1983 e 1990 e a partir de 1994 na Câmara Municipal do Porto.

Em 1999, Ilda Figueiredo foi eleita pelas listas do PCP para o Parlamento Europeu, onde pertence ao grupo da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde, sendo reeleita em 2004 e em 2009, desta vez como cabeça de lista.



terça-feira, outubro 12, 2010

Crise e divida na Europa...

A  Associação Francesa de Economia Política lançou um “manifesto dos economistas aterrorizados”, com o qual se pretende lançar um debate sobre a “Crise e a Dívida na Europa” Trata-se de contribuir para a desmitificação dos chavões que o liberalismo económico e que, no momento actual, constituem garrote sufocante do desenvolvimento económico e social dos países dos países e
da soberania dos Povos.
Ao longo de escassas de 15 páginas, numa linguagem acessível, perpassa uma análise crítica de “10 falsas evidências” que o liberalismo económico reinante, impõe, como verdades absolutas, ao discurso político e à acção dos governos.
E, mais importante ainda, para cada “falsa evidência”, os autores do documento propõem um conjunto de alternativas medidas, no total de “22 medidas para sair do impasse” 
Deixo-vos, entretanto, com alguns excertos da introdução:
"A retoma económica mundial, que foi possível graças a uma injecção colossal de fundos públicos no circuito económico (desde os Estados Unidos à China) é frágil, mas real. Apenas um continente continua em retracção, a Europa. Reencontrar o caminho do crescimento económico deixou de ser a sua prioridade política. A Europa decidiu enveredar por outra via, a da luta contra os défices públicos
“Na União Europeia, estes défices são de facto elevados – 7% em média em 2010 – mas muito inferiores aos 11% dos Estados Unidos. Enquanto alguns estados norte-americanos com um peso económico mais relevante do que a Grécia (como a Califórnia, por exemplo), se encontram numa situação de quase falência, os mercados financeiros decidiram especular com as dívidas soberanas de países europeus, particularmente do Sul.
A Europa, de facto, encontra-se aprisionada na sua própria armadilha institucional: os Estados são obrigados a endividar-se nas instituições financeiras privadas que obtêm injecções de liquidez, a baixo custo, do Banco Central Europeu (BCE).
Por conseguinte, os mercados têm em seu poder a chave do financiamento dos Estados. Neste contexto, a ausência de solidariedade europeia incentiva a especulação, ao mesmo tempo que as
agências de notação apostam na acentuação da desconfiança. (…)
Da Holanda a Portugal, passando pela França com a actual reforma das pensões, as prestações sociais estão em vias de ser severamente amputadas. Nos próximos anos, o desemprego e a precariedade do emprego vão seguramente aumentar.
Estas medidas são irresponsáveis de um ponto de vista político e social, mas também num plano estritamente económico. Esta política, que apenas muito provisoriamente acalmou a especulação, teve já consequências extremamente negativas em muitos países europeus, afectando de modo particular a juventude, o mundo do trabalho e as pessoas em situação de maior fragilidade. (…)
Supõe-se que a economia esteja ao serviço da construção de um continente democrático, pacífico e unido. Mas em vez disso, uma espécie de ditadura dos mercados é hoje imposta por toda a parte, particularmente em Portugal, Espanha e Grécia, três países que eram ditaduras no início da década
de setenta, ou seja, há apenas quarenta anos.
Quer se interprete como um desejo de “tranquilizar os mercados”, por parte de governantes assustados, quer se interprete como um pretexto para impor opções ditadas pela ideologia, a submissão a esta ditadura não é aceitável, uma vez que já demonstrou a sua ineficácia económica e o seu potencial destrutivo no plano político e social.
Um verdadeiro debate democrático sobre as escolhas de política económica deve pois ser aberto, em França e na Europa. (…) A lógica neoliberal é sempre a única que se reconhece como legítima, apesar dos seus evidentes fracassos (..) Quer se trate da eficiência e da racionalidade dos mercados financeiros, da necessidade de cortar nas despesas para reduzir a dívida pública, quer se trate de reforçar o “pacto de estabilidade”, é imperioso questionar estas falsas evidências e mostrar a pluralidade de opções possíveis em matéria de política económica.
Outras escolhas são possíveis e desejáveis, com a condição de libertar, desde já, o garrote imposto pela indústria financeira às políticas públicas. (…)”

sábado, outubro 09, 2010

Pequeno nome das ervas....

No brado úbere da terra milhares de fios de Penélope
Sobre o cotovelo dos dias de espera
E barcos vazios
E o sangue fermente
Macerado na dor da ausência...
 
 
Há nesse grito a eterna sede das "mulheres de Atenas"
Vestidas de negro e de olhar profundo
De pranto escorrido
No riso em cascatas festivas como bacantes
Em febre...
 
E no pequeno nome das ervas
E no trevo dos caminhos
A inocência do canto de todas as partilhas…
E a felina gruta de resguardo das coisas simples...
 
E o bálsamo e a água
Com que o mistério do amor celebra  
O corpo de proscritos…
 
E no bordão dos peregrinos
E no livro das Horas nacarado
E na espada
E no selo
E em todas as juras...
 
E nos maculados pés
E no resguardo dos portais...
 
E na fome dos dias por abrir
A  fecunda dor de todas as colheitas
E o sândalo de todos os cansaços...
 
 
 

sábado, outubro 02, 2010

Até quando?...

Acolitado pelo Ministro da Finanças, o senhor Primeiro-ministro (ou seria o Ministro das Finanças acolitado pelo Primeiro-ministro?) convocou luzida conferência de imprensa para anunciar ao País o desastre!...
“Medidas duras” a exigirem coragem – clama, afivelando a pose de “dor no coração” o Primeiro-ministro!... “Medidas necessárias” para aplacar os mercados financeiros – sustenta, pingando a lágrima das noites mal dormidas, o senhor Ministro das Finanças!...
Do alto de seu ilustre cargo, o senhor Presidente da República contorce-se em esgares de protagonismo, caído como “mel na sopa”, a adoçar motivações para nova candidatura presidencial…
No Parlamento, a direita encena a rábula! Nega com a boca o que lhe vai no coração – quer dizer, aumenta a parada para deixar passar o orçamento… que faria!
Na pantalha das televisões, os habituais ex-ministros das Finanças e “catedráticos” falando de cátedra como seria de esperar, rasgam as vestes em compungido amor pátrio (como se não tivessem sido, durante décadas, a caução das políticas prosseguidas) e, em dantescas visões, exigem mais e mais do cidadão pagante e do corpo exaurido da Pátria…
Nas excelsas instâncias comunitárias, a burocrática ambivalência – a cenoura dos aplausos numa mão e o chicote da ameaça na outra!...
Seriam ridículos, não fora a dimensão da tragédia!...
Haja Deus! O povo é sereno e os mercados vão acalmar. Depois deste novo aperto o deficit das finanças públicas, no ano de 2012, estará “mais ou menos” (Primeiro-ministro dixit) ao nível do deficit da Alemanha!... Ora bem sabemos quanto são seguras as previsões de Sócrates e do seu Governo…
Porém eu, céptico, que pouco sabe de economia e menos de finanças, retenho a informação, porventura distraída do senhor Primeiro-ministro, de que o orçamento para 2011 ficará ao nível das receitas de 2008. Querem maior confissão de fracasso da governação e deretrocesso do País?
O velho Mestre de Finanças Públicas, prof. Teixeira Ribeiro, deve estar a dar voltas no túmulo. Pois não é pressuposto dos cânones do equilíbrio orçamental o aumento constante das receitas do Estado em razão do aumento da matéria colectável e do desenvolvimento do económico. Reconhecer que as receitas públicas regridem é, assim, a confissão do desastre políticas económicas e da consequente anemia do País…
Nada que pessoas avisadas não tenham patrioticamente alertado, defendendo outra política, em ruptura com as políticas de desastre nacional, que o PS e o PSD, em alternância, têm imposto ao País, há décadas, sob a batuta da instâncias comunitárias…
Quem não se lembrará da parábola da panela de ferro e da panela de barro, introduzida no discurso político, quando da adesão ao euro, pelo então deputado Carlos Carvalhas? Pois bem, são hoje muitos dos que na altura procuram ridicularizá-lo, a reconhecerem, por caminhos ínvios, que a adesão ao euro “foi precipitada”…
Ter razão antes de tempo? Mais do que isso: trata-se de um exercício de bom senso, e não permitir que ideias feitas à medida dos interesses económicos dominantes ofusquem o diáfano peso da realidade.
“Os factos são teimosos”, porém. Aí temos, portanto, a reluzente panela de ferro da anafada economia alemã, a desfazer em cacos as débeis economias periféricas, no abraço de urso de uma União Europeia à sua medida…
Até quando abusarão da nossa paciência?
Até quando?

Sem Pena ou Magoa

  Lonjuras e murmúrios de água E o cântico que se escoa pelo vale E se prolonga no eco evanescente…     Vens assim inesperada me...