sábado, dezembro 18, 2010

Cinza quente...


As estrelas não amam. Brilham.
E em seu brilho se cumprem. Cinza quente
De vulcão extinto...

Delas guardamos por vezes a órbita
Enquanto esfriam. Outras nem tanto.
Soltamo-las fogos-fátuos coloridos...

E a lonjura em nossas mãos vazias
Que os olhos não abarcam mais.

(Crianças doridas pelo cais...)

Vertigem de alturas em cada trago.
Colapso de estrelas em que (me) ardo
Sôfrego e vário…

15 comentários:

jrd disse...

Uma poem como a cratera que espera a erupção anunciada.
Abraço

Maria disse...

Não sei comentar-te. Talvez porque tenho umas quantas estrelas no céu que brilham (mais) para mim.
Saio com água nos olhos.

Um beijo.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

as estrelas não amam
estão distraídas a olhar o Poeta...

beij

lino disse...

Que brilhem as estrelas, já que o planeta está cada vez mais opaco.
Abraço

Eu, Meu Contrário e Minha Alma disse...

Poeta
Quando chegar a altura
de o céu olhar
desta quente cinza
hei-de eu me lembrar
prometo

hfm disse...

Quando as palavras sustentam a alma do poeta.

AC disse...

O inatingível faz sempre parte do imaginário. É da nossa condição.

Abraço

Branca disse...

Belo poema!

A expectativa que temos nesses dias que antecedem o natal é tão prazerosa quanto o próprio Natal.
Expectativa de receber uma msg de um amigo ausente... de rever parentes distantes... pessoas que estimamos... de sentir o carinho da família e de percebermos que, o amor move a nossa vida e que não somos nada, sem o carinho daqueles que nos cercam e nos são queridos.
Tenha um Feliz e Abençoado Natal junto aos seus!!!
Beijo carinhoso,
Branca.

bettips disse...

Uma nebulosa
... de Andrómeda.
E a tantos milhões de anos luz é passível que sejam espíritos do tempo que não existe.
Abçs

lis disse...

Oi heretico
fiquei a imaginar o colapso de estrelas cadentes, a explosão !
elas vem do mesmo ponto e são as radiantes.
será que não se amam? nem mesmo aquele amor especial , brilhante que vem num ímpeto sem avisar como vulcão as vezes pega e enlaça ?
Distantes sim das nossas mãos nem
os olhos poderão abarcar e será mais um no cais rs que pena!
lindo poema,
acabosempre fazendo a viagem rs

te abraço amigo agora
obrigada pela companhia , por cuidar e me acarinhar com comentários e que o ano seja com saúde prosperidade e inspiração.
Bom Natal, bons momentos em familia.
abraços todos os abraços

Licínia Quitério disse...

O fogo sob as cinzas. Esse o fogo em que nos ardemos, mas brilhamos.

Gostei muito.

Mel de Carvalho disse...

Caro Herético,

Se é obrigatório ler as suas crónicas políticas e as suas reflexões, sempre aturadas, sobre temas actualíssimos, ler a sua poesia é um imperativo categórico - bela, culta, inteligente.

Bem-haja e gratidão pela partilha
Boas Festas
Mel

GS disse...

... ler-te em poesia é fruir de momentos de intensa beleza...

Um beijo,
(sabes como te gosto quando poetas...)

Jorge Castro (OrCa) disse...

Talvez me chames até de grande chato, mas te asseguro que um livro com a tua poesia seria uma prenda que acolheria, de bom grado e alegria, neste ou em qualquer outro Natal.

Grande abraço.

Jorge Castro

Virgínia do Carmo disse...

As estrelas são, como a alma, o paradoxo da beleza e do caos...

Lindo, muito lindo o poema...

Um abraço

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