domingo, outubro 02, 2011

Ciclo de Vida...


Planto macieiras imaginárias
Na inocência de teus olhos e
Sacudo o cisco do tempo que se entranha
Na pele dos dias…

Estaremos assim sentados
Tu em meus joelhos. E a sombra benigna
Brincando em tua face em tons de oiro
Por entre a vibração da tarde…

Um dia serás como a árvore
E a raiz, minhas cinzas. E o livro
Em que te soletras serão os invisíveis
Dedos que te acarinham. E minhas sílabas...

E eu estarei ausente: em tuas letras
Os gomos que agora abrimos no gume da faca
E que nossas bocas partilham
Serão a fome da fome, a arder em teus passos…

Tua vida em mim,
António!






19 comentários:

hfm disse...

Há poemas que nos tocam e pelos quais, ao autor, só me apetece dizer - Obrigada.

jrd disse...

Perenidade. assim te prolongas.
Belíssimo!

São disse...

Comovente, é só o que me ocorre dizer(-te)

Felicidades para ambos.

Licínia Quitério disse...

Ternura comovente. O António é lindo!

Beijo.

lino disse...

Belo poema!
Abraço

AC disse...

No imparável ciclo da vida, mais não nos resta que, na passagem de testemunho, deixemos a nossa marca...
Um poema sentido, muito sentido!

Abraço

BeatriceMar disse...

ternura.

(de um avô babado)

beijo

Manuel Veiga disse...

por razões que não compreendo, alguns comentários não foram publicados. o que muito me aborrece.

espero que o sistema resolva rapidamente o problema.

peço desculpa pelo acidente.

beijos e abraços

lis disse...

heretico
ondas de ternura no poema e nesse rostinho pleno de inocência ,
nada lhe embaraça
olhos serenos e dentro deles cabe o mundo ,amanhece todas as manhãs;
a a vida continuará escrevendo o poema
enchendo-lhe as mãos de sonhos
diga-lhe sempre que os poentes são lindo também rs
parabéns e felicidades as pessoas do seu amor maior.
doce Antonio

Maria disse...

Nem consigo dizer nada.
Beijos.

Unknown disse...

Invejo a o António por ter um avô poeta. Uma inveja salutar, pois claro!
Um dia... o poema fará eco: um imenso ECO! quando o João for maior e mais velho.
Adorei este teu Poema de Amor!
... e lembrei-me do António mais pequeno, ainda, celebrado por ti...
... e como continuo a gostar do nome "António"!
:)
[Beijo...@]

MagyMay disse...

Laços e entrelaços dos fios da vida.

Parabéns!

A prima da MagyMay

Mar Arável disse...

Se me permites

um beijo para os dois

mixtu disse...

como a árvore
presa ... a crescer...

abrazo serrano

jawaa disse...

Na verdade o teu poema é de prender a respiração e ler até ao fim, depois piscar os olhos humedecidos.
Estou a ver-te segurá-lo pela mão e deixá-lo olhar em volta, depois aspirarem juntos a maresia quando o horizonte se abrir.
Desejo uma longa viagem juntos.
Um abraço

Mel de Carvalho disse...

De beleza intemporal, a sua poesia.
Fraterno abraço
Mel

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

a ternura dos afetos

muito belo

beij

C Valente disse...

Poema de nos faz sentir algo importante. belo
Saudações amigas

M. disse...

Bem entendo esse teu amor e esperança de que o teu neto te "receba" assim. O desejo de continuidade. Uma beleza.

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