quinta-feira, outubro 20, 2011

RUBRA FLOR DO DEVIR...


No vórtice do Tempo
A rubra flor do devir agita-se no coração
Dos homens…

Fremente como frutos em virginais lábios
Ou púberes seios por abrir…

Quem se atreve a profanar a flor?
Quem tão néscio ignora a maturação dos dias?
Quem de tão órfão desespere?

Seremos afluentes de todos os rios
E semente de canções em todas as praças
E todas as coisas serão o pão e a sede
E a cristalina água na alegria das lágrimas
Sorvidas no beijo inaugural das tempestades…

Oficiantes da distância e dos abismos  
Subiremos ao mastro mais alto da cidade
Gajeiros de um tempo antecipado…

E nas caravelas do Futuro
E nas páginas lacradas
E nas alvoradas traídas
E na amargura dos homens
E no corpo dos vencidos
Ou no grito dos apátridas…

E no cinzel. E na pedra
E no sereno curso da vida
E em todas as árvores
E no beijo dos amantes...

Inscreveremos a flor rubra
E seu nome – LIBERDADE!  





   

16 comentários:

hfm disse...

Gostei muito do poema. Mas não posso deixar de realçar um verso que gostaria de ter sido eu a escrever; não é inveja, é aquilo que acho que por vezes se escreve, parece pouco e ecoa fundo em nós. Transcrevo:

"Seremos afluentes de todos os rios"

Um abraço

C Valente disse...

Lindo, Gostei
Saudações amigas

lino disse...

Belo poema. Já começa a ser tempo outra vez!
Abraço

Licínia Quitério disse...

Assim faremos. Assim será. A rubra flor do devir aqui tão bem cantada.

E a nova fatiota a condizer ;)

Beijinho.

São disse...

Eis um esplendoroso cântico á esperança sempre renovada!

O meu grato beijo.

Mar Arável disse...

Dizes muito bem

no beijo inaugural
das tempestades

é preciso partilhar relâmpagos

Abraço amigo

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Seremos afluentes de todos os rios

esta frase está sublime.

um poema de esperança e com um certo sabor a liberdade.

gostei muito.

um beij

jrd disse...

Ah Poeta!
Construtor da esperança!
Excelente.
Abraço

Rogério G.V. Pereira disse...

Espero, gajeiro,
a hora do poema

C Valente disse...

Ai liberdade, liberdade, quanto andas arreada deste país, pois não pode haver liberdade para o povo com a barriga vazia.
Boa noite bom domingo
Saudações amigas

Lídia Borges disse...

Um cravo vermelho que vai correndo o poema a indiciar melhores futuros.

Excelente escrita.

Obrigada

L.B.

quanto pesa o vento? disse...

as tuas palavras tem uma força que ecoam no mais intimo de nós.
gostei muito.
abraço.

GS disse...

Tu me encantas quando 'poetas'! Infindável beleza nas palavras...

Um beijo

C Valente disse...

Boa semana, com saudações amigas

~pi disse...

comovente... como se
a palavra liberdade
renascesse aqui
assim dita.






~

lis disse...

heretico
um poema que dá a sensação de que não importa se vivemos dentro de um dia comum ou num mundo espantoso,somos um grão de areia face a grandeza do sentimento de liberdade.
mesmo que tentássemos "subir ao mastro mais alto da cidade..."
em qual escript confiar?
o das caravelas? das auroras traídas? ou dos gritos da Pátria machucada?
não posso ser afluente, quero ser o rio rs
perdão não saber entende-lo, já dizia Lispector que "entender é sempre limitado" e poesia melhor é nao entender mesmo rs
e disse ainda:
"quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós."
obrigada poetinha ,me fazes viajar nas palavras quando vens com poesia.
abraços rubros mas não tímidos rs

Para Um Novo Teorema da Fisica Moderna

  dizem expeditos cientistas que o leve bater das asas de uma borboleta à distância de milhares de quilómetros pode causar uma catás...