sexta-feira, fevereiro 03, 2012

QUER O POETA POEMA...


Quer o poeta poema distendido
Saltitante melro de galho em galho
Em seu canto enamorado…

Ou amáveis pombas afagando a asa
A debicar o sol de inverno…

Ou carmesins lábios mordiscando o bago
De promessas primevas…

Quer o poeta mas os olhos são água
E a palavra apenas ferve na escuridão da sarça
Impotente em seu clamor de claridade…
…………………………………….
Ó deuses,
Funestos dias de hoje
Em que os poemas colapsam

E os milhafres sobrevoam a cidade
Assombrando o coração dos homens!...


14 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

"E os milhafres sobrevoam a cidade
Assombrando o coração dos homens!..."

...que insistem em não se deixar
assombrar

A verdade do teu poema
me pede uma palavra de esperança

Abraço amigo

jrd disse...

O poema há-de (vai) saltar e voar e cantar e...vencer.

Abraço
bfs

Maria disse...

Chegarão os dias
em que os poemas
hão-de renascer
pelos teus dedos
e aquecer
o coração dos homens.

Beijos.

C Valente disse...

"Funestos dias de hoje" mas o poesia não morre, enquanto existir pessoas que se transformam em poetas e nos oferecem belas palavras
Saudações amigas

Nilson Barcelli disse...

E não são apenas os poemas que colapsam, até a esperança de melhores dias parace ter morrido às mãos da cegueira política em curso...
Excelente. Gostei.
Caro amigo, tem um bom fim de semana.
Abraço.

lino disse...

Belo poema!
Abraço

George Sand disse...

Quer o poeta o poema
E o poema se faz
Aparece detrás do em tempo pequeno
Ergue-se na grandeza da palavra.
Compraz!

Maria P. disse...

Belíssimo!

Beijos*

luis lourenço disse...

imenso o poema.Ninguém derrota a força e a voz da poesia, pq ela faz falta à vida como o Sol ao Planeta e o luar aos apaixonados.
abraço.Haja fé, lucidez e vontade.

Véu de Maya,

AC disse...

O poeta nunca se pode alhear do que o rodeia...

Abraço

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

e o coração dos homens será sempre assombrado pelos milhafres des País...

Canto da Boca disse...

É que entre o desejo e o real... Há o precipício e a vertigem!

Belo!

;)

Mel de Carvalho disse...

Funestos dias, sem dúvida, em que o rumo de um pais parece, inevitavelmente, perdido.

"Quer o poeta mas os olhos são água" a salgar o mar.

Belíssimo

Abraço amigo
Mel

Licínia Quitério disse...

Muito belo. Pungente.

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