Imperturbável paisagem
ante meus olhos.
O gavião soletra
o voo nas alturas
E a dócil pomba
se aninha
No reverso das
horas que serpenteiam
A cinza dos
passos calcinados...
O tempo
suspende-se nesta nesga de vida.
Nada na canícula
perturba o deslizar da memória.
Nem o ouropel do
sonho.
Nem o horizonte
fugidio.
Indizível linha
que se agiganta como espera...
Nem a sombra do
acaso.
Nem o olhar da
inocência.
Apenas o gomo
matricial
Nos lábios
ressequidos. E a agitação no peito
Que em nada se
despenha. E perdura...
Como serpente
mordendo a cauda...
17 comentários:
Como serpente mordendo a cauda...
assim é
Saudações amigas
De tão denso
Te perco o sentido
Querido amigo
Profundo e belo! "Como serpente a mordendo a cauda"
Abraço,
Véu de Maya
corrijo:
"como serpente mordendo a cauda"
Belíssimo!
O 'círculo' perfeito.
Abraço
Muito belo!
Abraço
Caro heretico
Não mexo para não estragar, mas que gostei, gostei.
Abraço
Rodrigo
No teu poema tudo faz sentido
até o que não estando lá
nos transporta
O ponto fulcral reside aqui:
"Nada na canícula perturba o deslizar da memória.
Nem o ouropel do sonho.
Nem o horizonte fugidio.
Indizível linha que se agiganta como espera..." "E perdura..."
Daí o círculo do réptil, que ao morder a própria cauda se mutila e morre.O gavião e a pomba? Esses desenham círculos ao voarem...
Gosto muito!
Beijo
Laura
Caro amigo
Sem duvida um grandissimo poema,
Abraço
Quando a poesia é ciclo de vida.
belo poema.
Inexprimível é também a beleza do poema heretico
como disse outro poeta ' um poema é mais o não dito do que o escrito'
as palavras demarcam os espaços pra nós sempre invisíveis e muitas vezes
'Indizíveis, claro! e de lindo transbordaram aqui no peito.
Obrigada e Parabéns.
* perdão nao ter gostado dos meus girassóis- pelo menos comparastes-me a Van Gogh rs
meu abraço
Já pensaste em publicar um livro? Ou terás , porventura, algum já publicado?...
Bons sonhos.
Saudações amigas
belo poema.
acho que vou roubar-to.
um abraço.
um grande e profundo poema.
um beij
Leio com tranquilidade teu poema, sinto a ária (interpretada em tom mais ligeiro, mas não menos bela a voz) que partilha da ideia maior que o atravessa: o livre pensamento nessa 'indizível linha dos vários tempos.
Como sempre me quedo na incessante profundidade da tua escrita.
Um beijo
(sensibilizada pela tua amizade, sempre.)
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