Na nítida
proporção das coisas a matéria
Insinua-se nas
asas dos anjos sobre a cidade sitiada.
Nada que os
homens não saibam
Ou a que as
esferas não se curvem
Em seu percurso frio
e solitário.
Nada está
escrito.
Apenas a
soberana vontade dos famintos
Ou os sequiosos
martírios de azul cobertos
De tanta
esperança contrafeitos
Redimem este
tempo de murmúrios sibilados.
Não a culpa dos
inocentes. Nem as apóstrofes da guerra.
Tatuamos no
rosto a letra escarlate
E dos proscritos vestimos a poluída túnica
E a carne
macerada.
E bebemos este
vinho pisado pelos homens...
E do pão da vida
fazemos sarça
E ardemos no
verbo inaugural
Que de tão ígneo
se faz sémen
E explode na persistência dos anjos
Sobre a cidade sitiada...
9 comentários:
Esses anjos...
Um grande bj querido amigo
Nada está escrito, mesmo.
Nada está escrito e a cidade sitiada se libertará do cerco de ignominia!
Um bom fim de semaan
Provavelmente tudo está escrito, as pessoas é que não sabem ver ou ler
Saudações amigas e bom fim de semana
a as portas se abrem às águas.
que
nada está escrito, de facto.
~
talvez um dia os ares sejam menos poluídos...
Até um dia em que os homens voltem a escrever.
Abraço
... E sofremos nas asas da fugacidade!
"nada está escrito"...
... apenas que, "na persistência dos anjos", existe, seguramente quem,
não amordace a voz,
não baixe os braços,
e escreva de forma extraordinária - é o caso.
este poema é, indubitavelmente, um hino à humanidade, à liberdade, bem maior da primeira.
bem-haja!!!
abraço fraterno
Mel
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