quinta-feira, setembro 13, 2012

POSTAL DE ATENAS ...


Generosos são os deuses que tecem filigranas
No corpo da noite...

Sempre ali estiveram as ilhas. Meus olhos
É que tardaram nessa bebedeira do sonho...

O voo é esta reclinação do tempo. Dispo-me
De mim e mergulho no magma. Como outrora
A cobiça dos impérios criava tempestades...

Pepitas luminosas no colar de Athena
As ilhas sempre ali foram. Homens e impérios
As profanaram no impudor da guerra. E no delírio
Das vitórias.

Gargantas bárbaras por onde escorre vinho
Generoso. Subtil veneno que entorpece
Como lento remoer da insubmissa espera...

Sou herdeiro desta miragem. Da infinita doçura
Que sara os golpes. E da mão que vinga.
E do apolíneo gesto que rasga a pedra.

E do bronze da história que clama.

E que reclama...
.....................................................

Regresso agora. Ítaca reinventada. Pátria minha.
Ferida aberta...

 

 

 

 

 

10 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Pátria nossa.
Ferida aberta...

São disse...

Chaga em aberto e por punhais revolvida...

Um abraço

jrd disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
jrd disse...

(Desculpa-me o lapso)

E que regresso melhor do que este poema que nos reinventa a pátria ferida.

Abraço

Jorge Castro (OrCa) disse...

Verdadeiras palavras empunhadas!

Grande abraço.

Licínia Quitério disse...

Regressas e reinventas a palavra com que dizes Pátria.
Muito belo Poema.

Abraço, Amigo.

lino disse...

Ferida aberta e a sangrar abundantemente.
Abraço

lino disse...

Ferida aberta e a sangrar abundantemente.
Abraço

Lídia Borges disse...


Raízes de dizer "Oceano" e um deserto, aqui...

Belíssimo

Lídia

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

ferida aberta que escorre por entre os dias...

Pátria que perde aos poucos a sua identidade...

profundo e belo poema.

beij

CELEBRAÇÃO DO TRABALHO

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