terça-feira, abril 23, 2013

E NO ENTANTO ESTE POVO!...


Não mais Pirâmides suspensas
Apenas esfinges corroídas...

Areias do deserto
Vento suão
Em cada sopro...

Não mais Nilos...

Quem de Helena, tróias?!
Quem tece o rosto de Penélope
Em meus dedos?

Que romanos, que glórias?
Que Cervantes? Que mistérios?
Que Machados? Que Castelas?

Que sedes de mil anos?
 
Correntes de água pura
Neruda índios neves de montanhas
Meu sangue ardendo no gelo das estepes
Camões de luto jangadas capelas imperfeitas

Pessoa no proscénio...
 
Não mais heróis
Não mais ilhas...
Míticas profecias!...

Que Vieiras?

E no entanto este Povo
Este olhar que queima em cada gesto...

E este fado...

10 comentários:

São disse...

Fatum, amigo, fatum pesado e arcaico nos cobre os dias ...e eu começo a desesperar sem querer

Abraço

Licínia Quitério disse...

Maravilha. Vou levar.

lino disse...

Este povo geme e definha!
Abraço

Laços e Rendas de Nós disse...


Neste Povo (parece-me) só o olhar queima. O gesto, sem jeito, esmorece.

"Triste sina, estranha condição"

Beijo

Laura

luis lourenço disse...

Este fado corridinho que um povo tão guerreiro como o nosso não merece, apesar de estar a ser congeladinho...Ai, a Catedral de Burgos! tem trinta metros de altura e as pupilas dos meus olhos dois milímetros de largura-A. Gedeão. Belíssimo o teu poema...Abraços,

Véu de Maya

jrd disse...

Que Viagem.Que História. Que Poema.
Que espanto!

Um abraço

Mar Arável disse...

Belíssimo

este povo que me doi

Abraço sempre

Rogério G.V. Pereira disse...


Esperando gestos que queimem...

Porque há outros fados

lis disse...

Fernando Pessoa disse que 'no Fado os deuses regressam legítimos ...'
25 de abril - hora de acreditar na virada.
Lindo lindo esse poema Sr.Manuel!
grande poeta_ o melhor contemporâneo que conheço( ?)
abraço

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

este fado, que geme...

CELEBRAÇÃO DO TRABALHO

  Ao centro a mesa alva sonho de linho distendido como altar ou cobertura imaculada sobre a pedra e a refeição parca… e copo com...