Lisa nos dedos
cresce a forma e o seixo
Arestas libertas
na geometria do verso
Fascínio de
palavras tão incertas
Como a espera do
gesto de colhê-las...
Agitam-se
freixos em aragem rarefeita
Corpos em tocha
sob gritos sustenidos
Corvos brancos
em círculo nos sentidos
Limiar de sombra
entre o verso e o seixo...
Fendem-se
grutas. Argila - febre ainda!
(Já não seixo).
E nas linhas modeladas
Explodem pedra e
verso no cio estival da seiva
- Furor de potros sobre fêmeas!...
- Furor de potros sobre fêmeas!...
Crepitam corpos
no cântico da tarde...
E na saliva das
horas demoradas tomba
A sombra sobre
os corpos e voam pássaros
No espasmo
vulcânico dos dias...
Nada corre. Agora.
Nem a brisa.
Apenas o verso arde em sua sombra.
E na memória
perfumada...
Manuel Veiga
20 comentários:
Queria levar versos para os distribuir a esmo
Dás-me um poema inteiro
e não sei o que fazer
Acabo de descobrir
Ele perfuma a memória
dos corpos que não sucumbiram
durante o cântico da tarde
Mais um belo texto
a espargir aromas
de corpo inteiro
Abraço-te
telúrico como o granito...obrigado por partilhares e parabéns ao Manuel Veiga.
grande abraço meu caro e que o 2014 venha com saúde e paz e solidariedade.
Véu de Maya
poesia belíssima com um toque de sensualidade...
gostei!
:)
Belo poema!
Abraço
Na essência sensual das palavras, o perfume da poesia.
Mais um belo poema!
Abraço fraterno.
Caríssimo,
há muito que se impõe o livro a enformar a obra esparsa por aqui!
belíssimo.
fica um fraterno abraço e os meus votos de que 2014 lhe seja, e aos que estima, favorável e que nele se concretize a paz e harmonia no mundo.
Mel
É um belíssimo poema!
Beijo
... um poema daqueles que me deixam sem palavras...
Gosto muito. Degusto, registo e deixo o meu abraço!
"Apenas o verso arde em sua sombra",
mas eu acho que se incendiou o poema todo... Muito belo.
Um abraço.
Palavras que respiram por guelras
Abraço
"Nada corre. Agora."
Mas enquanto assim arder o verso, nenhuma sombra chegará a ser escuridão.
Imagético!
Beijo
Um poema que aguça os sentidos...
Belíssimo!
Gostei de chegar aqui.
Abraço
Sónia
Confesso que o que me trouxe até aqui foi a imagem num comentário num dos blogs que visito - a imagem do relógio, pois tenho um igual na minha sala, que tem mais de cem anos e pertenceu à minha bisavó.
Mas, perante um tal poema, o relógio é relegado para segundo plano:)
Intenso, forte, belo!
Parabéns ao autor.
Um muito feliz 2014.
Beijinhos
Mariazita
(Link para o meu blog principal)
E cheguei e li e senti.
Beleza no dizer/escrever!
Beijinho
Fiquei parada dentro do poema...
Abraço
Bamboleio de palavras, gestos e intenções...Muito bonito.
Beijos, heretico!!!
Muito bonito!!! (e mais não digo para não estilhaçar o poema. Ou o seixo)
Muito bonito!!
lindo!! andava eu em busca de "espaços" enamorados pela poesia e voilà... ;))
obrigada pela partilha!
volto :))
Patrícia*
Enviar um comentário