sexta-feira, fevereiro 14, 2014

POEMA CATIVO...



Desdobra-se o poema em seu itinerário de luz
Antes de explodir
E na branca claridade dispersa
Depois sopro
Advinha-se a poeira dos dias
Côncavos
Inerte
Em bruxuleantes acenos
Como se a distância
Fosse apenas o toque
Dos dedos ou o gesto suplementar do voo
Ou as palavras seta...


Desdobra-se o poema.
E em seu destino volátil e alado
Devolve-se à carne dos dias
E retoma cativo
A matriz de água e o grito
Latejante no peito arfante
Do poeta...


Manuel Veiga

 

11 comentários:

Sónia M. disse...

Belíssimo!

Abraços

Sónia

Mar Arável disse...

Belo poema incontido

Abraço poeta amigo

Rogério G.V. Pereira disse...

Quero o lido
Inserido
Como página
de um livro

Prometes?

Pérola disse...

Soltam-se letras que dançam bailados poéticos.

Beijo

Lídia Borges disse...


Sob o olhar atento do poeta, o poema brota...
"Claridade" "Palavras seta" "matriz da água" "grito"...


Um beijo

Graça Sampaio disse...

O poeta esse grande sofredor...
Muito bom! Muito bom mesmo!

jawaa disse...


Gostei de ler abaixo o teu poema clássico, mas este é o poeta voando pelos espaços que só ele conhece.
Tens de libertar os teus poemas em livro, diz muito bem RP, porém os editores escasseiam, proliferam os exploradores do trabalho alheio.
Ainda assim, gostaria de folhear uma obra tua com os poemas belíssimos que escreves.
Um abraço

maceta disse...

um poema é isso, dispersa-se no etéreo como se dissolvesse como numa respiração...e se ficar escrito pode ser eterno.

abraço

AC disse...

O grito em cativeiro, até o peito explodir...

Abraço

jrd disse...

Os meus dedos exigem percorrer este poema. Apressa-te!
Abraço Fraterno

Licínia Quitério disse...

Quero ver em papel, isto é, palpar.

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