terça-feira, janeiro 13, 2015

UMA MANTILHA SOLTA...


O vento. Um nome.
Uma mantilha solta. Sem outra cor...

Apenas a pele. A letra soletrada.
A flor estendida. A oferta.
E o carmim do beijo antes dos lábios...

Apenas o gesto. Não a pétala.
Nem a rosa profanada...

Apenas brisa em mão aberta.
E um raro perfume escondido. E o sonho da montanha.
Trepando. E o lago dos olhos. Alagando-se...

Apenas um rubor mal desperto.
Ainda...

E este alvoroço da tarde
Em azul aberto. Que de tão ténue
Resiste...

Manuel Veiga



8 comentários:

Andrea Liette disse...

Mas que linda e sutil descrição do amor, que não é nada mais que essa tênue brisa perfumada, e que ao mesmo tempo é somente o que importa.

Um beijo.

Majo disse...

.
~ ~ Um poema à flor da pele... ~ ~
.

Graça Sampaio disse...

Como que uma insustentável leveza do ser e do amor... diáfano ...

Beijinho

Mar Arável disse...

Em azul aberto

visto da montanha
com ou sem mantilha
só podias ver o que viste

um amor perfeito

Abraço poeta

vieira calado disse...

Esses versos de frase muito curta (ou expressão), resultaram muito bem!

Saudações poéticas!

Suzete Brainer disse...

Olá Manuel,

Belíssimo!
Apenas o sentir inscrito de poesia
num movimento dos instantes
luminosos que permanecem, a
memória viva dos gestos do amor...

Fico feliz quando encontro um
espaço de arte poética no
nível de qualidade literária,
beleza e inspiração.
Gostei imenso de tudo que
eu li aqui.Voltarei...
Abraço.

jrd disse...

Amar ao vento...

Abraço meu irmão

Poesia Portuguesa disse...

Gostei tanto que... "roubei".

Um abraço :-)

CELEBRAÇÃO DO TRABALHO

  Ao centro a mesa alva sonho de linho distendido como altar ou cobertura imaculada sobre a pedra e a refeição parca… e copo com...