sexta-feira, julho 03, 2015

TALVEZ O CAOS SEJA ROSÁCEA ...


Talvez o caos seja rosácea
Antes do fogo que os dedos tecem no cinzel
E a pedra a absurda permanência da forma
Em si fechada...

Talvez a poalha do tempo fecunde as cidades
E as ínfimas coisas se ordenem e expludam
Como corolas em delírios de cristal...

Talvez a vontade dos homens seja excesso
E rasgue as veias das galáxias
E o surdo rugir do mundo inunde a consciência
Dos escravos...

Talvez a Palavra seja inóspita
E os hinos sejam
Derrocada das muralhas...

Manuel Veiga - in "Poemas Cativos" 

12 comentários:

Jaime Portela disse...

Talvez...
Excelente poema, como sempre.
Caro Herético, há muito tempo que gosto da sua poesia e do que publica em geral no seu blogue.
Por isso, estou certo que vou continuar a passar por aqui muitas vezes.
Saudações poéticas.

Majo disse...

~~~
~ Sem qualquer dúvida,
~ a sua mente cinzelou
~ um poema magnífico,
~ quer na forma,
~ quer na mensagem...

~ Talvez, um dia,
~ «o surdo rugir do mundo inunde
~ a consciencia dos escravos.»

~ Deve ser um excelente livro,
~ cuja leitura
~ gostaret de ter à disposição.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Traçados sobre nós disse...

Sim,
"... o surdo rugir do mundo inunde a consciência
Dos escravos..."
e transborde...

Abraço,

Mar Arável disse...

Talvez o amor seja revolucionário

Abraço

Suzete Brainer disse...

O mundo necessita desta explosão de
consciência libertadora na quebra das
muralhas, numa música universal de
igualdade da raça humana, talvez
seja minha utopia...
Este teu poema com certeza é
uma explosão de bela inspiração (rara),
tanto que fui atingida pelas
partículas que movem o sonho...
Muito grata pela partilha!!
Beijo.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

talvez...

talvez se faça história!

bom fim de semana.

beijo

:)

Teresa Durães disse...

Um "Talvez" cheio de força!

Helena disse...

Talvez o caos... Talvez a poalha... Talvez a vontade... Talvez a Palavra... Sim! A Palavra do Poeta possui a força de derrubar os "talvez" e construir hinos que inunde a consciência dos escravos...
Sorrisos e estrelas na tua semana,
Helena

Agostinho disse...

Um poema-profecia de belo efeito em que temos de acreditar.
As muralhas de pedra velha há de cair por terra.
Abraço

jrd disse...

Talvez o caos seja, finalmente, o única forma de amar a liberdade.
Um abraço meu irmão poeta

lis disse...

Quem sabe quando as estrelas se alinharem
_ haja ordem no 'caos'.
e a 'palavra inóspita' seja habitável ,hospitaleira.
Bonito herético

Genny Xavier disse...

Poeta,

Bom ler tuas palavras rubras de força...a correr em tuas veias abertas...
Beijo.

Genny

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