quarta-feira, dezembro 02, 2015

LEVE PESTANEJAR DO SONHO...


Nada. Nem um suspiro. Nem um bulício...
Apenas o leve pestanejar do sonho como onda breve
A espraiar-se em azul-turquesa.
Ou será verde?

E aquela ilha!
Secreto coração do mundo em toda a parte
Batendo em alvoroço de lume...

Nem ontem, nem hoje! Nem a distância.
Pois que nada contém o peito dos amantes
Nem a palavra volátil que se anima
No arfar das silabas...

E no murmúrio das correntes subterrâneas
Onde nascem paisagens tão fluentes como rios
Ou corpos sem margens desnudados
Capricha o poeta. E arde...

E funde-se. E finge-se na dor branca (ou será verde?)
Que deveras sente...


Manuel Veiga

14 comentários:

AC disse...

Há que dar corpo ao que de nós emana...
Belo!

Abraço

Mar Arável disse...

No pestanejar de uma vírgula

Abraço poeta


Laura Santos disse...

Nada conterá nunca o peito dos amantes, e tudo pode ser, ou ficar, azul, ou verde, azul turqueza...ou de outra qualquer cor!
Muito belo.
xx

Suzete Brainer disse...

Existem sonhos assim, voam em busca de espaço
a transcender o concreto "mundo da realidade",
povoam neste espaço o bordado do amar nas
cores e música do sentir num sinal verde!...

Belíssimo!!!

Uma inspiração poética luminosa no voo do sonho...
beijo.

Majo disse...

~~~
~~ Quanta glória

neste sonho colorido e vibrante, Poeta!

~~ Beijo amigo.
~~~~~~~~~~~~~

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

em todos os Poetas há uma ilha
azul
ou verde
tanto faz!

mas que há, há....

gostei tanto...tanto!

beijo

:)

tb disse...

O sonho comanda a vida... :)
Sonhemos a turquesa, verde ou outra cor qualquer, o importante é sonhar!
Gostei muito,
Um beijinho.

Aninha disse...

A dor que o poeta sente o finge sentir pode ter a cor que tiver, mas dói do mesmo jeito do resto dos mortais, talvez até mais, pois todo poeta traz a sensibilidade à flor da pele.
Herético, vim agradecer as afetuosas palavras a nós duas dirigidas lá no canto da Leninha e as amáveis visitas ali feitas. Daqui a mais alguns dias ela estará no comando do próprio blog. Espero não ter decepcionado os seus amigos que me visitaram neste período.
Deixo um abraço,
Aninha

Marta Vinhais disse...

Há sempre os sonhos....Sem que a cor importa.... Porque apenas os sonhamos....
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

São disse...

Verdade, nada contém os amantes

Bom serão

luisa disse...

O poeta sente todas as cores e pinta-as em palavras uma a uma. O leitor escolhe as que, em dado momento, lhe parecem também suas. :)

Ana Tapadas disse...

Talvez seja verde...poeta! Belo poema.

Beijinho

GS disse...

Existem sonhos assim, 'no leve pestanejar...'e que alcançam infindáveis momentos.
Verde, azul-turqueza, branco, a cor importa? Sonhar apenas.

Este espaço, quando poetas, vira arco-íris. E o nosso olhar vai-se perdendo na paisagem das palavras e dos sentimentos.

Beijo, Herético.

Agostinho disse...

Mesmo verde, arde
a lava de um vulcão.

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