sábado, fevereiro 13, 2016

"Ajoelha e Serás Crente..."


“Ajoelha e serás crente!...”
 – Escreveu Pascal um dia
Em seu fervor jansenista...

Assim o poeta
Invocando a graça
A arder na sílaba
Letra a letra...

E na fonte de água pura
Onde a sarça se incendeia
E os lábios
Peregrinos
São sede e beijo
O poeta recolhe o nome
E grita
E se imola
Na ara interdita
Do Desejo.

Espada e gume
Rasante em sua dor
E teima...


Manuel Veiga

15 comentários:

Mar Arável disse...

Desapercebidos mas felizes os ajoelhados
serão sempre incapazes de criar novos deuses
talvez os poetas os ajudem a levantar

Abraço poeta

luisa disse...

Teimo em crer.
:)

Shirley Brunelli disse...

Sofre o poeta, na busca do belo, antes de se entregar de joelhos...
Beijos, Manuel!!!

AC disse...

E bem faz o poeta, em teimar, o contrário seria afronta...

Um abraço

Lídia Borges disse...


Há sempre um poeta a passar por dentro do poema, a rasgar a palavra, a fazê-la (re)nascer da rocha. Tão bela!

Lídia

Janita disse...

É nestes momentos que gostaria de conseguir guindar-me à tua altura, Poeta.
Não me ajoelho, nem no templo de Deus o faço, mas curvo-me à beleza e força das tuas palavras!

Um beijinho,
de profunda admiração.

Janita

Suzete Brainer disse...

No processo do nascer de cada palavra, a paixão
do poeta (pelas palavras) impulsiona o poema e
este o leva a paixão, em busca dos lábios no
arder dos encontros e desencontros...
Assim, a vida, poderia ser um poema!...
Mas, o poema é que pode ser a vida...
Muito, muito belo, Poeta!!
beijo.

MARILENE disse...

E a graça chega ao poeta através do brilho que confere à união de palavras, transformando tudo em sentimento. Abraço.

Fê blue bird disse...

O que seria da poesia sem essa teimosia .
Um beijinho e boa semana


Gisa disse...

Teime! Teimo! Um bj meu querido poeta

Genny Xavier disse...

Que mais dizer quando o já dito nos emudece de tantas palavras por dentro? Melhor guardá-las no baú das preciosidades...

Assim, leio-te sempre: letra a letra...

Beijo,
Genny

Helena disse...

E o poeta grita e se imola...
E nos ajoelhamos todos e nos fazemos crentes na poesia que liberta, que escraviza, que liberta...
Sorrisos, estrelas, carinho, nesse teu caminhar de Poeta!
Helena

GS disse...

Tens na tua poesia uma sensibilidade que me toca.

Um certo erotismo que estará longe de Pascal, comprensível na alma de um 'herético :-)

Lindo sempre teu poetar.
Beijos

Laura Santos disse...

O homem é comandado pelo Desejo, e a busca incessante para saciá-lo não lhe dá descanso. Mas apenas os grandes poetas sabem exprimir essa "teimosia" em busca da satisfação existencial.
Belo poema!
xx

Agostinho disse...

O poeta transfigura-se na ara. De espada e pena no acto renasce o belo da poesia.
Qual auto de fé.

Abraço.

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