De novo a
montanha e o gosto íngreme.
E o arfar do
peito na gesta de colhê-la. Íntima.
Em veredas de
vento. E ervas. Por vezes daninhas.
Que nem sempre o
verbo amar se declina
Em harmónicas
litanias...
A paisagem porém
é mar. Braços derramados
No horizonte que
cega. E os olhos barcos.
Alados. Na
transfiguração dos cumes.
Que voam. E as
cores agora
São a vertigem
dos dias.
O poeta é ave em
seu voo planado.
Argonauta de uma
rota traçada
Em alvoroço. A
fender o espaço.
Aberto. Como
destino.
E o eterno grito
Desamparado
A rolar
No eco...
E do outro lado
da paisagem
Onde o milagre
reina
Como ilha plana
Os fios da
ausência
A macerar a hora
E a dedilhar
A espera.
Manuel Veiga
9 comentários:
E assim o poeta vai escalando o vento e dedilhando a espera.
E o poema não deixa que fique nada pelo caminho. Belo poema!
o fio de Ariana...
de ausência...
poesia...
A montanha. O mar. O tempo do poeta que voa por dentro dos sonhos e soletra os litorais do fogo...
Um beijo, meu Amigo.
~~~
Os teus poemas são tão belos, como as tuas montanhas
que tão bem homenageaste.
~~~ Beijo, Poeta amigo ~~~
~~~~~~~~~~
Um poeta pode voar por todas as paisagens.
Um poema também !
beijinho
Um poema desenhado nos fios de sentires,
que a ausência se faz paisagem em voo,
em espera das horas na escalada da montanha
dos dias, que por dentro se vestem em vertigem
do Poeta-pássaro!...
Tu és um poeta que nos leva ao voo do encanto
com as palavras que semeiam beleza
e libertação transfigurada.
Parabéns pelo o poema, Poeta Amigo!
beijo.
O poeta esboça,
no esquisso da vertente
(virada ao mar),
a felicidade da escalada.
Na (a)ventura do mergulho,
em apneia,
o olhar dilata-se
no dorso dos corais.
Tactear a textura do poema é bom.
Abraço.
Senti-me a voar...
Belíssimo!
Abraço
sim
um poeta pode ser ave e voar por lugares que nem sonhamos
muito belo!
:)
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