quarta-feira, setembro 14, 2016

UMA HISTÓRIA SIMPLES...


 Ao princípio, antes dos nomes,
Quando todas as coisas fluíam na inocência do porvir
Acordou, na margem, aos olhos do poeta,
Uma centelha (ou uma lágrima) fulgurante
Que a si própria se ergueu e se ungiu
Como Prodígio. E Mensageira.

E então todo o Caos se (des)ordenou.
E todas as cores e todos os sons.
E todas as formas. E todas as fórmulas.
E todos os ritos se abriram.

E todos barros...

E todas as sarças foram chama a arder na boca
De todas as palavras

Manuel Veiga

 

14 comentários:

jrd disse...

A chama que este belo poema chama.
Abraço fraterno

Suzete Brainer disse...

A simplicidade luminosa a desfolhar na essência das
palavras, todo o significado de completude dos sentidos.
Como um batismo num momento único:
"E todas as cores e todos os sons.
E todas as formas. E todas as fórmulas.
E todos os ritos se abriram."

E todas as palavras numa única: O amor!...
Este poema é um daqueles que se impõe na voz do poeta,
a ser o seu canto da chama da vida!...

Só posso expressar a palavra grata pela leitura
que se inscreve na minha alma em registro
da grandiosidade do teu poema (mais um...rss),
meu querido amigo.
Parabéns, Manuel!!
beijo.

José Carlos Sant Anna disse...

A invenção (do barro) coincidiu com a chama da palavra a conceber outro barro.
Bravo, poeta! Parece simples o acaso de existir...
Forte abraço,

Unknown disse...

Muito engraçado este teu poema,gostei imenso!!

Odete Ferreira disse...

O título do poema é brilhante, Manuel! Este adjetivo é quase uma provocação do poeta, pois que esta "história" não é de todo simples e será sempre o eterno desafio do Homem.
Um poema de uma enorme profundidade, imbuído de um certo esoterismo. Poemas destes, davam uma profícua tertúlia.
Parabéns, amigo!
BJO :)

Rogério G.V. Pereira disse...

(belo, isto!)

Zilani Célia disse...

OI MANUEL!
O MOMENTO DO SURGIMENTO DE TUDO, INCLUSIVE DE TODAS AS PALAVRAS.
LINDO ISSO.
ABRÇS

http://zilanicelia.blogspot.com.br/

Jaime Portela disse...

Um poema nada simples (antes pelo contrário, achei-o bem complexo) eventualmente inspirado numa história feita de metáforas... Aparentemente, o tema é bíblico, mas pode ter outras interpretações... nomeadamente o processo criativo do poeta quando começa a escrever um poema.
Enfim, a poesia também é a dúvida, a incerteza do que as palavras significam. Em qualquer caso, é um excelente poema.
Caro Veiga, tem uma boa semana.
Abraço.

Pedro Luso de Carvalho disse...

Caro Manoel, interpretei o o seu poema,
“Uma história simples...”, como a história
da poesia, desde o seu nascimento, e o que
dela fizeram os poetas. Claro que posso
ter me enganado, mas foi o que me ocorreu.
Um abraço.
Pedro.

Ailime disse...

Boa tarde Manuel,
Profundo e belo.
Muito a reflectir sobre esta "história" desenrolada num paralelismo bíblico.
Gostei imenso!
Um beijinho e bom fim de semana.
Ailime

Tais Luso de Carvalho disse...

Muito bonito, com interpretações diversas e com um ritmo que cativa na primeira leitura. Gosto muito da repetição de palavras, dá força e ritmo.

E então todo o Caos se (des)ordenou.
E todas as cores e todos os sons.
E todas as formas. E todas as fórmulas.
E todos os ritos se abriram.

E todos barros...

Adorei, meu amigo.
beijos.

Mar Arável disse...

Como sempre
a tua poesia
na complexidade do simples
com amplas leituras

Abraço amigo

luisa disse...

O Criador é um poeta.
:)

Agostinho disse...

Foi assim que se inventou a vida.
O barro que a luz animou.
O barro que moldou a palavra
que o poeta criou.

E eu sou barro e o poeta é barro
e tudo é barro.
Tudo é palavra na vida
e é poesia.

Abraço.

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