sexta-feira, outubro 21, 2016

PAIXÃO ADOLESCENTE.


                                                                                                          
Para minha Mulher.


Urgência de teus olhos assim tão fogo
Que tão líquidos se derramam e mil silêncios
Os consomem. E mil fios. E mil teares e enredos.
E mil anos os dizem. E mil helenas e mil tróias.
E mil penélopes os resguardam.

E mil “mulheres de Atenas” – verbenas!
E mil cantos. E mil rezas. E mil lágrimas colhidas.

Sou o pórtico desse fogo e a barcarola do sonho
Sou o rumo e ancoragem. Sou abrigo.
Sou o brado. Sou o grito. Sou incêndio
Das pontes. E as águas que correm no rio.

Sou a carne insubmissa. Sou a miragem!
Sou a memória perdida. Sou a fonte.
Sou origem. Sou quase tudo
No olhar em que sou cativo.

Meu amor, meu amor, sou o poema
Em que te digo.

Manuel Veiga












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