segunda-feira, março 13, 2017

CELEBRAÇÃO DA SARÇA. E DA CHAMA...


Inefável a voz em que o poema se celebra
Eco ou reminiscência
Ou sílaba que dança
Ou aquela música
Imprevista
De que guardamos
A memória.

O poema
É um certo capricho
Uma vontade mimada
Uma criança azougada
Por vezes fisga. Outras
Uma lágrima.

É uma palavra traçada em branco
Descuidada…

Eterna quanto baste.
Efémera quanto os lábios a digam
Como chama
Ou sarça.

Manuel Veiga





9 comentários:

Ana Tapadas disse...

Muito belo este poema...onde a poesia se desnuda.

Bj

Teresa Almeida disse...

Sente-se que a melodia acompanha as palavras e faz acontecer a poesia ao teu ritmo. Sempre belo e invulgar.
Beijinho, Manuel.

Odete Ferreira disse...

O poema anuncia-se, pronuncia-se e celebra-se.
E o poeta consome-se em /no fogo.
(Que arde sem se ver)
Um poema a desbravar e a desvendar.
Eu fiz o meu caminho (nele).
Bjo, Manuel :)

Suzete Brainer disse...

Caro Manuel,

Este teu poema é um registro único e para ficar como
selo consagrando a excelência de uma poesia.
Um belíssimo poema que somente um excelente e inspirado
Poeta é capaz de expressar, as palavras (silabas...)
numa dança imperiosa e bela a ficar no poeta, como
escolhido na portabilidade destes sentires na rica
dinâmica das Palavras-Poesia.
A música escolhida que acompanha é belíssima e sublime
como um complemento perfeito da dinâmica
das palavras em Poesia.
Adorei!!
Beijo.

Armando Sena disse...

Vida, sentimento em forma de palavra.
ab

LuísM Castanheira disse...

'eucarística' (dar graças) a liberdade do poema.
e, entre silvas, as amoras amadurecem e fazem-se aos lábios do poeta.
é também isto, o poema: adoça e perfuma. e baila (na mental voz) até duma criança.
e é isto, amigo: algo que me lembra.
belo o poema... e este piano.
gostei deveras.
um forte abraço, Manuel

LuísM Castanheira disse...

A Beatrice Mar publicou um poema teu - De novo a montanha - fantástico.
Um abraço, caro amigo Manuel.

Marta Vinhais disse...

O poema liberta sempre a voz... de alguém....
E deixa-nos dançar....
Lindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

Graça Alves disse...

E o poema também tem de ter o talento que ressalta destes versos.
Bj

CELEBRAÇÃO DO TRABALHO

  Ao centro a mesa alva sonho de linho distendido como altar ou cobertura imaculada sobre a pedra e a refeição parca… e copo com...