sexta-feira, julho 21, 2017

PSICOGRAFIA


Do curso dos barcos busco a quilha
E o sulco das águas. Que nada me seduz na amurada.
Ainda que festiva.

E do fio dos dias sorvo, não a espuma,
Mas o âmago – ainda que amargo!
E destilo não a lágrima, mas o grito.

E sei bem de meus cansaços.
E de meus passos. E não temo meus (des)caminhos.
Ainda que árduos.

Não me peçam que siga por atalhos.
Sigo minhas margens e os meus rios. Solidário
E inteiro me dou - naquilo em que acredito.  

Ouso o que tenho que ousar. E sem enfado me rendo
Se for o caso. Mas meu olhar não se dobra
Aos olhares que em mim se fitam.

Não que seja temerário - que de meus medos
Não falo. Mas porque assim me atiçam
As vozes que em mim habitam.

Manuel Veiga


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