sexta-feira, janeiro 12, 2018

COMO SE MÁGOA FORA (editado)


Sorvo o vento no búzio do tempo
Glória sem eco que me devora...

Alinho ternura no arco sem volta
De doce ventura...

Denso perfume que se acende em lume
Na ilusão de arder…

Ausência rola como se mágoa fora
Fingindo não ser...


Manuel Veiga

“POEMAS CATIVOS” – Poética Edições – pág. 34
Maio 2014

12 comentários:

Larissa Santos disse...

Gostei muito :))
-
Do Gil António, que se encontra doente, motivo porque não vos visita. Pedimos a compreensão: Hoje:- Luz no teu quarto ...Tentação do meu olhar
.
Bjos
Resto de uma boa noite

José Carlos Sant Anna disse...

E sorvemos com auxílio do búzio do tempo este poema que nos Devora...
Forte abraço, caro amigo!

Graça Sampaio disse...

Que bonito! A última estrofe é mesmo uma filigrana... Poeta sabe como se faz renda e filigrana com as palavras...

Beijinho.

Armando Sena disse...

É, a vida é feita de contrastes.
Abraço

Graça Pires disse...

No búzio do tempo, a ternura, o lume que queima e provoca ausência e mágoa... Tão belo, meu Amigo!
Uma boa semana.
Um beijo.

Olinda Melo disse...


Olá, Amigo


Tudo muito volátil, neste poema. Assim, me parece.
Não consigo agarrar o rendilhado, a filigrana, no
dizer de Graça Sampaio. Tudo tão fino, refinado,
mas no fundo sei que o poeta lá está com a sua
sensiblidade a levar-nos em viagem, numa doce ventura
sem volta. :)

Abraço

Olinda

Teresa Almeida disse...

E cada poema é "denso perfume que se acende em lume
Na ilusão de arder…"
E se a vida se esvai que de ternura se enlace.

A tua poesia merece viver!

Beijinho, Manuel.

Tais Luso de Carvalho disse...


Muito bonito, Manuel!

A mágoa é o sentimento mais devastador, é a prima preferida do abandono. É mais forte do que o amor e o ódio; é a desatenção encontrada abruptamente, como um susto, uma atitude não esperada. Muito difícil de arrumar.

Beijo. Uma excelente semana!

LuísM Castanheira disse...

em lume brando arde a mágoa, na
ausência de novos ventos, outros alentos...

um poema nada 'cativo', meu caro amigo Manuel.

uma boa semana, com abraço.

Suzete Brainer disse...

Nesta forma expressiva sublime:
"Alinho ternura no arco sem
volta
De doce ventura..."
O caminho do sentir poético atinge
a imensidão transfigurada do
traço da vida, que se faz eco na
beleza da poesia, pelas mãos
magnífica do humano na unificação
do poeta.
Um poema único de beleza
da profundidade humana.

Apreciei imensamente, meu amigo! !!
Bjs.

Ana Freire disse...

Adorei este filtro no búzio do tempo... que somos nós... também consumidos pelo próprio tempo... com as suas mágoas... não há como fugir... mas podemos viver ao máximo as venturas, e as ilusões que o tempo também nos concede...
Sempre vale a pena... tudo vale a pena! Também as mágoas... que nos dão grandes lições!
Beijinho
Ana

Odete Ferreira disse...

Sinto a erupção emotiva em cada verso, sendo cada um hino à vida, apesar do tempo estar em permanente roubo de instantes.
O teu poema é exaltação e manifesto!
A guardar, cá dentro.
Bjinho, amigo

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