quarta-feira, julho 04, 2018

POEMA EM ÂNGULO RECTO...


 O poema é ângulo exacto
Voragem perpendicular dos dias
Que se condensa num ponto
E explode poeira
De estrelas
Fugidias.

E regressa
Sem mácula. Poeira ainda…
E se devolve à precária condição
De Geometria.

E arde! – Coisa de nada…


Manuel Veiga


16 comentários:

Larissa Santos disse...

Adorei o poema:))
Bjos
Votos de uma óptima Quarta-Feira

Acrescenta Um Ponto ao Conto disse...

Bonita analogia e forma de poema.

Temos um novo conto. E como é para vós que escrevemos, convidamos-vos a participar na escolha do título.
https://contospartilhados.blogspot.com/2018/06/novo-conto-ainda-sem-titulo.html

Continuação de boa semana.
Saudações literárias!

Olinda Melo disse...


Gosto dessa geometria, sim, caro Manuel.
E ainda há tanto por descobrir nesse manancial de
ângulos, vértices, semi-rectas...
Poeira que se evola e regressa e asssenta
arraiais para o nosso deleite.

Abraço

Olinda

José Carlos Sant Anna disse...

Caro amigo Manuel,
A palavra poética está sempre irrigada por aqui.
Essa associação entre a criação e à geometria se constitui uma deslocação metonímica muito adequada.
Gostei muito do poema, meu caro poeta!
Forte abraço,

José Carlos Sant Anna disse...

Não é que a crase se intrometeu inadvertidamente!
Leia-se "entre a criação e a geometria"

Boop disse...

"E arde! - Coisa de nada..."
E é tão bom quando se consegue sentir esse fogo, coisa de nada....

M,Franco disse...

Geometria poética.

Graça Sampaio disse...

Belíssimas imagens, Poeta!

(adoro geometria...)

Julia Tigeleiro disse...

Maravilhosa está geometria poética, com estrelas a explodir à mistura. Um beijo Manuel.

Tais Luso de Carvalho disse...

É, meu amigo, aqui se encontra poemas de grande beleza, de muita criatividade, poemas 5 estrelas!
Fui passando por abismos, poeira, explosões, estrelas... para tudo cair na Geometria! E depois arder como fogo, mas coisa de nada...
Beijo, Manuel! Uma feliz semana.

(lembrei de Fernando Pessoa com seu 'Poema em Linha Reta').

Teresa Almeida disse...

A poesia imiscui-se e evolui pela grandeza, beleza e perfeição. E um brilho novo a cada poema.

"Coisa de nada", afinal.

E eu confesso a minha cumplicidade poética.

Beijo, Manuel.

São disse...

Ai, como eu gosto destes poemas breves e densos !!!


Beijinhos

Jaime Portela disse...

Só os grandes poetas é que fazem poemas assim, que ardem...
Excelente, os meus aplausos por tanto talento em tão poucos versos.
Caro Veiga, bom fim de semana.
Um abraço.

LuísM Castanheira disse...

"berço de estrelas" na sua poeira cósmica, "Coisa de nada...", cria o Poema. E tanto é.
Belíssimo, meu caro Amigo Manuel Veiga.

um abraço.

Suzete Brainer disse...

Nossa, meu amigo, que poema na exatidão do lugar em que a
poesia brilha, torna-se gigante; inscrita de arte, inspiração
e inteligência poética. E na exatidão matemática, o poema é
reconhecido inquestionável como um astro, e, nós, incluindo
o poeta, somos "coisa de nada..."!

A poesia é este arder na "voragem perpendicular dos dias"!

Bravo, Poeta.

Beijos, Manuel.

Graça Pires disse...

Coisa de nada e de tudo, Poeta!
Uma boa semana.
Um beijo.

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