segunda-feira, janeiro 28, 2019

Da MEMÓRIA Dos GESTOS ...


Sei deste rio, a borbulhar por dentro,
Na tarde fria.

E da luz coada na vidraça
Com Tejo ao fundo…

Nem ontem, nem hoje.
Brilho refulgente em cada gesto.
E o corpo debruado.
E fogo-fátuo.

E ledo engano.
E incauta glória.
Apenas.

E a memória do cântico
Sob a árvore
Milenária.

E o fruto breve.

E a curva expectante da tarde.
E a aragem côncava.  

Que eterna se enuncia.
E reconforta.
Sempre.


Manuel Veiga


10 comentários:

Quase Cinderela disse...

Lindo! Adorei o poema
Deu-me conforto no coração.
Obrigada
Beijinhos

Rosa dos Ventos disse...

E eu fiquei a saber também!

Abraço

Olinda Melo disse...

Olá, caro Manuel

Há algo de eterno no ambiente que nos rodeia e amamos, reconfortando-nos quando nos deparamos com aqueloutras coisas efêmeras e das quais não conseguimos desfrutar pelo tempo que desejaríamos.

Um grande abraço.

Olinda

Ailime disse...

Boa tarde Manuel,
Memórias e gestos que o Poeta tão bem esculpe neste belíssimo poema.
Gostei imenso.
Um beijinho.
Ailime

José Carlos Sant Anna disse...

Caro amigo Manuel,

Aqui a poesia não para de borbulhar. E quando se tem uma "aragem côncava", "eterna", reconfortando, a vida fica mais leve?. Pressinto algo para além da "memória dos gestos", dos atos, das emoções...
Um forte abraço,

Ana Tapadas disse...

O poema é belo e as palavras dançam...

Beijo

Larissa Santos disse...

Tão belo... Adorei :))
Hoje:- Olha o meu corpo, e delicia-te.

Bjos
Votos de uma óptima Terça - Feira

Teresa Almeida disse...

Colho um olhar expectante e a "memória do cântico sob a árvore Milenária". Somos o que colhemos, não é?
Na verdade, o poema permite uma enorme divagação em tom reconfortante. E é belíssimo.

Beijo, meu amigo Manuel.

Ulisses de Carvalho disse...

Muitas adições em camadas de percepções, um E que junta-se a outro, e assim quase uma salada sensorial. Bonito o poema, Manuel, um abraço.

Pedro Luso de Carvalho disse...

Amigo Manuel, este seu poema deu-me grande satisfação em lê-lo, bela obra poética, no gesto amigo do poeta ao doar-se. Parabéns.
Grande abraço.
Pedro

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