terça-feira, janeiro 22, 2019

PRECÁRIOS MEUS GESTOS


Assento meus passos nas raízes
Que talham meu porte
E prossigo

Minha sede
É murmúrio das nascentes
E calor de solstícios

Por vezes me detenho. Nas margens
E no encantamento das paisagens
E demoro-me

Na lágrima. Que inesperada
Faço minha. E bebo em tremura
De lábios gretados.

Sou onde me fixo. E os ventos
Me levam. Precários são meus gestos
E serenos meus caminhos.


Manuel Veiga


9 comentários:

Rosa dos Ventos disse...

A beleza da poesia permanece!

Abraço

José Carlos Sant Anna disse...

caro Manuel, podem ser precários os gestos, mas as raízes são profundas. E a poesia vigorosa e sedutora. O lirismo se derrama em cada verso.
Um abraço, caro poeta!

Quase Cinderela disse...

Manuel, adorei o poema cheio de emoções e simbolismo, carregado de sentimentos.
Obrigada pela linda partilha <3
Beijinho
Convido-o a ler o último capítulo de "Um Oceano entre nós"
Espero que goste :*

Teresa Almeida disse...

Precários os gestos num porte altivo de coerência e de luta ("faço minha a lágrima inesperada"). Só assim os caminhos te são serenos.
Este é um poema que te define: de raiz e de sede.

Beijo, caro amigo Manuel Veiga.

Larissa Santos disse...

Bom dia. Excelente, o seu poema. Adorei :))

Hoje:- És o fogo que arde no meu corpo desnudado

Bjos
Votos de uma óptima Sexta-Feira.

Ana Tapadas disse...

Da transitoriedade, numa invulgar beleza metafórica.
Beijo

Tais Luso de Carvalho disse...

Meu amigo Manuel, seus versos têm uma peculiaridade inconfundível: a força, a profundidade. E além disso, sempre belos!

Sou onde me fixo. E os ventos
Me levam. Precários são meus gestos
E serenos meus caminhos.

Beijos!

Jaime Portela disse...

Como sereno é este excelente poema.
Gostei imenso, parabéns.
Caro Veiga, um bom fim de semana.
Abraço.

Agostinho disse...

Na medida certa, sem dúvida. Um belo poema por aqui, acompanhado da notícia. Ouvi esta manhã.

Abraço.

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