domingo, fevereiro 17, 2019

TÃO POR DENTRO ...


Hiperbólica curva na voz
Do cello

Luz de nevoeiro
A acender
A noite

E o Tejo a deslassar-se
Ao longe

E a música - tão ávida!...
A lamber as cordas
E a diluir-se

Tão por dentro!...


Manuel Veiga



10 comentários:

Boop disse...

O violoncelo.
A voz que mais gosto em toda a orquestra.

Tais Luso de Carvalho disse...

Sergei Rachmaninov, sempre forte, maravilhoso, nada como os clássicos! E ficou lindo emoldurando teu belo poema - 'Tão por Dentro'!
Beijo, meu amigo Manuel, uma ótima semana pra você!

Ronilda David-Loubah Sofia disse...

É a voz da noite sussurrando
promessas de sonhos...
É o passo de uma porta
talvez entreaberta apontando
vislumbres de canções a desabrocharem
nos olhos de quem ainda crê
na magnitude da poesia.

Estar aqui lendo você Poeta
é divino.

Agradeço.

Larissa Santos disse...

Gostei muito:))


Hoje:- Sou tudo, sou nada. Sou o coração vadio.

Bjos
Votos de uma óptima Segunda - Feira.

Rosa dos Ventos disse...

Ontem vi o Tejo, eu que vivo em terra seca, seguia harmonioso para a foz, tão harmonioso como esta sonata!

Abraço

Graça Pires disse...

Ouvir Sergei Rachmaninov- Ler o teu poema. Tão por dentro da música. Tão por dentro dos sonhos. Tão por dentro das palavras. Muito belo, meu Amigo!
Uma boa semana.
Um beijo.

Ana Tapadas disse...

Uma beleza integral!

Beijo meu

Teresa Almeida disse...

“E a música - tão ávida!...
A lamber as cordas
E a diluir-se
Tão por dentro!...”

Difícil comentar um poema que nos deslassa. Tão por dentro! Sensiblidade esta que parece pedir o acompanhamento musical de Sergei Rachmaninov-
Fascinante, meu amigo Manuel.

Beijo.

Ulisses de Carvalho disse...

Nietzsche escreveu que "sem a música, a vida seria um equívoco". Parece radical (como tantas outras de suas afirmações), mas eu concordo, ainda que, em muitos momentos, o silêncio seja tão valioso e necessário, além de nunca errar, porque o silêncio nunca se equivoca, mas as palavras é que são - ou podem ser, se quisermos - corajosas. Um abraço.

Suzete Brainer disse...

Meu amigo e admirável poeta, um poema tão belo, tão
por dentro, tão música, que a voz no seu corpo-poema
explode suavemente no sentir, a acender todos os
silêncios implodidos nesta música-vida!...

Bravo!!

beijos, Manuel.

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