sexta-feira, setembro 27, 2019

QUE A PALAVRA SEJA...


Que a palavra seja
Assim nua. E raiz. E seiva.

E se erga nas planuras
E no pico mais alto das montanhas
                                                                      
E seja seda e mel
No dorso nas viagens…

E bebedeira de sol
E fio de lume. A debruar o xaile.
Que nos acolhe…

Que a palavra seja!

Manuel Veiga



5 comentários:

Teresa Almeida disse...


Bendita seja a palavra, assim burilada, com mestria poética. "E seja seda e mel no dorso das viagens".

Que maravilha, meu amigo Manuel!

Beijos.

Graça Pires disse...

Reconheço a minha voz na palavra do Poeta. Palavra nua, raiz, seiva, seda e mel. Por isso volto ao silêncio que o coração, cheio de palavras lentas, reclama.
Uma boa semana, meu Amigo.
Um beijo.

Tais Luso de Carvalho disse...

Palavra... como respeito a palavra; na medida em que eleva, ajuda, elogia, acalma e ama no sentido mais integrado possível, também humilha, destrói e mata fácil. Arma das mais poderosas.

Prefiro que sempre, nos meus caminhos, que a palavra me toque como seda e mel.
Beijo, meu amigo, uma ótima semana!

Ulisses de Carvalho disse...

Que a palavra seja! Liberta libertando-nos! Pois que há quem adoeça apenas por palavras presas, palavras sem vazão. Siga!

Olinda Melo disse...

Grande inspiração poética, em que a Palavra é rainha, ocupando o primeiro plano quase de forma personificada. Vemo-la a ser desejada em todos os recantos e louvada num papel deveras apaixonante, como: Um desejo, uma prece ou uma invocação?

Caro Manuel Veiga, muito obrigada por nos permitir ler e apreciar mais este belíssimo Poema.

Abraço

Olinda

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