Solta-se a cratera e os afectos
Desenham indeléveis traços. Breves esquissos
Moldando os rostos. Resolutos...
Bêbados os olhos das crianças
Que não sabem ainda o dia claro.
E os pais caudal imenso do rio que desatam.
Comportas abertas em peito uníssono.
Gargantas que o sonho embarga
No aluvião sem margens de seus passos.
O tempo é malho e forja. E o balançar de barcos
Fundeados sobre o Tejo. E os ritmos cruzados.
E a viagem que teima. Caravelas.
E fio dos dias...
E os pulsos abertos.
E pão que dói e a ferida azada. Procelas.
E o sal que salga. E a mágoa...
E as vozes que libertas não se calam.
E os homens que resistem...
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25 de Abril, Sempre!
sexta-feira, abril 23, 2010
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8 comentários:
Será deste tempo, dos dias que se aproximam, que teimam em dar nós na garganta para se desatarem num grito, no dia 25. Sem palavras para te comentar, mas dizendo apenas que é dos poemas mais bonitos que já li por aqui sobre ..." as vozes que libertas não se calam.
E os homens que resistem..."
Beijos e beijos
e um cravo Vermelho!
E hão-de continuar a resistir.
Abraço
'... E os homens que resistem...' sempre!
Um beijo
Digo eu que o nosso Abril já merecia um teu livro de poemas... desses feitos pelos homens que resistem.
Grande abraço.
Teimosamente resistem. "O tempo é malho e forja" e também a palavra dos poetas, guardadores de passados e anunciadores de futuros.
Um beijo.
e vamos resistindo bravamente tanto aqui como lá .
Abraços
Soberbamente escrito a partir das entranhas de Abril, adivinho... Tem o travo da emoção, doída e comovida, própria de todos os nascimentos...
Um abraço
lindo e comovente...
abraço.
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