Do fundo da
memória
Os inefáveis
sons
E a voz dos
sinos
- Aleluia!...
E o rosmaninho a
debruar as ruas
E a orgia das
cores
E as flores
E os cheiros
E o povo em
procissão
- Aleluia!
E as eclesiais
bênçãos
Sobre as searas
ondulantes
Exorcizando
pragas
E o povo em coro
- Aleluia!
aleluia...
E além naquela
nuvem
Ceres e Pã
sorrindo-(me)...
E o pão e o
vinho
Assaz parcos...
- Aleluia!
E no meu olhar
O rubor da
aurora
Vermelho abrupto
celebrado
Tão verde ainda
Modelando o
dia...
E este rodopiar
do tempo agora
Dissolvendo
O sal da lágrima
E o cântico...
- Aleluia!
aleluia...
Manuel Veiga
7 comentários:
Olá, Manuel. Antes de mais nada, o seu convite é uma honra e eu adoraria assistir a primavera portuguesa, que já me disseram ser deslumbrante de flores e aromas. Assim me inspira esse poema de tons adolescentes. Um beijo.
~ ~
~ Por onde terás andado tu, ó herético amigo, durante o período pascal?!
~ Passeando-te em bucólicos tapetes floridos, com aroma de rosmaninho
e dissertando sobre o comportamento dos (i)racionais?!
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Pois que seja
Aguardemos o período da caça
aos relâmpagos
Do fundo da memória, tantos aleluias que dissemos!
Bom fim de semana!
A lembrar a minha infância na aldeia do meu avô. Lindo e sensível poema, meu amigo.
Um beijo.
Cheira aqui a rosmaninho. Aleluia. :)
um reviver a infância e seus rituais em tempos próprios....
beijo
:)
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