sábado, outubro 21, 2017

Cinzel de Fogo...


Gota a gota o calcário
A desprender-se da água. Murmúrio
Sobre pedra lisa. Estátuas frias
A correr por dentro.

Desenho de improváveis dedos
Num arpejo. Crisálida e ponto-fuga
A organizar o Acaso

Asas de pedra. E cinzel de fogo.
E o sopro indizível. Nome sem nome
No devir das ocultas formas.

Cântico mudo das coisas
E o gesto demiúrgico.

E a magia Palavra
A iluminar
O Mundo.

Manuel Veiga


17 comentários:

Anónimo disse...

Que seja, ainda que soluçada, a "magia da Palavra" a iluminar este mundo.

Abraço, Manuel.

Maria João

Marta Vinhais disse...

E que seja sempre assim... A magia das palavras a embelezar o Mundo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

Tais Luso de Carvalho disse...

Palavras, ah palavras! Por vezes ferem, por vezes comovem, mas a palavra mais linda é a que vem convertida em lágrimas, essa é sincera, dolorida, límpida. Dessa não tenho medo.
Quanto ao vídeo, Yves Montand é magnífico.
Beijo, Manuel, delícia de postagem!

Ana Freire disse...

E a magia das suas inspiradas palavras... sempre a iluminar o nosso mundo, Manuel!...
Como sempre, um excelente momento poético, por aqui!
Beijinho
Ana

Teresa Almeida disse...

Poderosa a tua luz poética, Manuel!
Mastigo o verso devagarinho e não evito o abalo.

Beijo, caro amigo.

Pedro Luso de Carvalho disse...

Pois é, caro Manuel, este seu poema lembrou-me de Auguste Rodin.
Parabéns pelo ótimo poema.
Uma ótima semana.
um abraço.
Pedro

luisa disse...

São as palavras que esculpem o poema ou será o inverso? :)

Olinda Melo disse...


Olá, Manuel Veiga

Muito obrigada pela sua visita e comentário.
Já estou a segui-lo mas não me vejo aí.
Talvez eu apareça lá para o fim dos se-
guidores, sem foto. :)

Encantam-me as suas palavras e esse gesto demiúrgico.
Belo.

Abraço

Olinda

Pata Negra disse...

Só falta o primeiro verso do próximo poema para eu não perder o fio à tua meada, à tua manta de palavras em fuga - ou acantonadas? Sei lá!
Um abraço e pêras

manuela barroso disse...

Em cada letra um cinzel criando asas no vento das sílabas,em cada palavra a palpitação do fogo que recria estátuas-poemas. E acompanha-nos a água calma das gotas num gesto de indizível beleza!
Muitooo belo, Manuel
Beijo!

María disse...

La magia está en las letras.

Besos.

Rogério G.V. Pereira disse...

...e assim
em pouco mais de um minuto
um poema (mágico?)
iluminou o Mundo

LuísM Castanheira disse...

...e da pedra nasce o fogo. palavra escrita. cinzel da alma.e o poeta. escultor das horas. e dos sonhos.

belo, amigo.
um caloroso abraço (desde à pouco)

Agostinho disse...

Como ver as formas singulares que nascem gota a gota. Uma imagem poética muito bela que foste buscar à natureza e que se replica em cada homem.
Só um Poeta o sabe dizer assim.

Abraço

José Carlos Sant Anna disse...

E lá vai o poeta à maneira de Drummond suportando nos ombros o peso do mundo, mas sabendo que com "a magia da Palavra" para traduzi-lo gota a gota é capaz de iluminá-lo. "As palavras, estranha a potência a vossa", nos ensina Cecília.

Um forte abraço, poeta!

São disse...

Como é imenso o poder da Palavra...
Bom domingo e grande abraço

Odete Ferreira disse...

Este teu poema é, em si mesmo, uma obra prima, cinzelado pelas palavras que te habitam...
Lê-se e espanta-nos!
Bj

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