segunda-feira, novembro 20, 2017

Rumor de Águas Capilares - Pedido de Desculpa



Para a Conceição Lima

E para o talentoso elenco de intérpretes de poesia
(Maga e magos deste inesquecível Encontro)

E todos quantos me concederam o prazer e o privilégio
 De sua presença na Livraria “Flanêur (Porto),
A propósito da apresentação

Caligrafia Íntima”



No rumor de águas capilares
No interior da terra. Apta e pronta.

E na agitação febril do sangue
No reconhecimento
Das pertenças…

E na palavra imprevista
Como quem chega - visita desejada! -
Que capricha percorrer todos os recantos.

Nos dias afluentes. E nas memórias
Dos mostos. A fervilhar distâncias.
E nos odores evanescentes.

E na rebentação dos afectos a germinar
Solísticos improváveis…

E nesta sinfónica toada de vozes a aclararem
Sons que nos habitam. E nesta gesta
De partilha na desmesura
Do fogo. E água.

E nesta candura do sol a aquecer
O corpo de outonos tresmalhados.

Se inaugura o poema
E se deslassa caudal
E se ergue em flama
A inundar o esplendor
Da tarde

E os cálidos
Esteios da amizade!

Manuel Veiga

Lisboa 19.11.2017


Este regresso ao Norte –  digamos, assim! -
Permitiu-me acertar contas com Fernando Pessoa:
                    
No Porto não se  serve Dobrada Fria!
......................................................................................................................

Inadvertidamente apaguei este post, de que publico novamente o poema. Não conheço porém maneira de recuperar os comentários, o que sinceramente me desgosta e aborrece.

Peço, por isso, desculpa aos meus amigos/as que tiveram a gentileza de comentar, sem me atrever a solicitar-lhes novo comentário, embora, como se compreende, o deseje muito.

Prometo ser menos desastrado a lidar com esta "gerigonça".

Grato.


9 comentários:

Diana Fonseca disse...

As palavras conseguem ser muito poderosas. Gostei bastante.

manuela barroso disse...

Não é difícil repetir o óbvio , Manuel .
Foi uma tarde de uma plenitude fantástica , quer pela apresentação e disponibilidade da Conceição Lima, quer pelo naipe de diseurs que dignificaram a sublime poesia de que é autor . De salientar o ambiente intimista , que fez desta tarde uma festa .
Parabéns a todos . E ao grande poeta , Manuel .
Beijinho

_ Gil António _ disse...

Bom dia

Quando as palavras são intimas e profundas acontece o poema perfeito
.

Deixando um abraço
.

LuísM Castanheira disse...

Poema de coração cheio e "um brilhosinho nos olhos".
Bem-hajas, caro Amigo, pelo prazer de te ler.
Abraço

LuísM Castanheira disse...

*"brilhozinho" (maldito corrector.rsrs

Teresa Almeida disse...

E foi assim que aconteceu na cidade invicta. A poesia de Manuel Veiga (muito bem explorada por Conceição Lima) abrilhantou a tarde. Lida e encenada teve ainda mais impacto.

Beijo, Manuel. Parabéns.

lis disse...

Sempre que acontece esses 'Encontros' em que o autor apresenta sua obra poética, fico do lado de cá com uma inveja brutal rs Com o'poema inaugurado' resta-me ficar feliz de ter essa 'geringonça' a minha frente.
É deixar'fervilhar distâncias'Veiga e 'os cálidos esteios da amizade'
Obrigada

José Carlos Sant Anna disse...

Eu só queria estar presente... uma tarde é sempre uma tarde e inesquecível quando se tem uma poesia admirável ao nosso alcance!
Forte abraço, meu caro amigo!

José Carlos Sant Anna disse...

Eu só queria estar presente... uma tarde é sempre uma tarde e inesquecível quando se tem uma poesia admirável ao nosso alcance!
Forte abraço, meu caro amigo!

Sem Pena ou Magoa

  Lonjuras e murmúrios de água E o cântico que se escoa pelo vale E se prolonga no eco evanescente…     Vens assim inesperada me...