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Sem Pena ou Magoa
Lonjuras e murmúrios de água E o cântico que se escoa pelo vale E se prolonga no eco evanescente… Vens assim inesperada me...
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Escrevo poemas imaginários (que jamais serão escritos) e te envio numa gota de chuva neste inverno de melancolia sei que vais ...
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A o centro a mesa alva sonho de linho distendido como altar ou cobertura imaculada sobre a pedra e refeição parca… e o copo como c...
Mas, já que falamos sobre galos...deixo-o agora com estes versos do poeta brasileiro João Cabral de Melo Neto:
TECENDO A MANHÃ
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
João Cabral de Melo Neto/ “A Educação pela Pedra”
Beijo.
Genny
valeu mesmo trazer aqui os "galarotes" do Sérgio Godinho!
ficamos a conhecer os galos do grande João Cabral de Melo Neto - galos que eu desconfio não terem capoeira...
beijo