sábado, abril 12, 2025

MAGNÂNIMO O CANTO.....


Magnânimo o freixo e sua sombra

E os braços erguidos, em oração muda.


Magnânima a margem das ribeiras

E as cascatas no silêncio das montanhas.


Magnânimas as pontes que não deslassam

E as pedras que ficam pelos caminhos.


Magnânimo o toque das igrejas e os altares

No olhar compassivo dos incréus.


Magnânimo o voo das aves e a vertigem

E todos os prenúncios extraídos das entranhas


Magnânima a Lua e as noites de Agosto

E a bebedeira dos sentidos assim expostos


Magnânimo o ar que respiramos e o pão

Dos pobres. E a sede de todos os proscritos.


Magnânimas as almas piedosas e o gesto pio

Na forca dos condenados.


Magnânimo o dia de ontem e a gravidez do tempo

No coração dos homens.


Magnânimo o final da tarde e piar do mocho

E rouco cântico do poeta em sua humanidade.


Manuel Veiga


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MAGNÂNIMO O CANTO.....

Magnânimo o freixo e sua sombra E os braços erguidos, em oração muda. Magnânima a margem das ribeiras E as cascatas no silêncio das montanha...