Toma o poeta o cinzel e seu ofício
E pela fissura da pedra por onde a palavra espreita
Escuta o lento germinar da água sob a fraga
Gota a gota. Como seiva...
Nada que não saiba. A demora é cadência
Do escopro. Música que não rima ainda.
Rumor apenas de água. Talvez fermento.
Selo que resguarda. E anuncia...
Ergue então o poeta o murmúrio do silêncio
No cadinho e no caule da sua espera.
E sopra o nada. E busca a presa. Que arredia
Se escapa. Fugidia...
Razão que não queira. Rumor da língua.
Centelha agora. Já não apenas água.
Contudo mineral ainda. Mas já crisálida abrindo
O som da sílaba...
Ousa o poeta depois o fogo e a sarça.
E a chama no interior da pedra.
A palavra ainda é nada. Apenas o estrelar da luz.
Fogo e água. E solidão acesa...
Nada que não seja. Porém a palavra agora
(Feita água) é rosto e é nome. E claridade...
Vereda de dor e fome de humanidade.
É quimera que se ergue no poema que arde...
................................................
Estarei ausente uns dias. Breves...
Bom fim de semana.
Beijos e abraços
quinta-feira, março 19, 2009
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31 comentários:
boas férias!
Para quando o livro?
(acho que já te perguntei...)
Boas férias!
beijos
...e que se vê!
Não tem vergonha de ir de férias logo hoje que a Bandida vai apresentar , mais uma vez, o livro dela?
Loulou
...Bom regresso!...
Alvarez
Que arda
e que se veja
a água de beber
Estás sempre presente
Abraço
Que a ausência não seja longa. apesar de nos deixares uma magnífica oferta!
Fica bem.
senti a palavra a crescer com o desenrolar deste poema...e com ele o prazer de te ler sílaba a sílaba
beijos e boas férias
também as tuas palavras nascem
das fontes
nas fragas,
beijo, atéjá
~
Bom dia, Poeta, neste dia que te contempla!
ardeu alto a chama do teu poema. um beijo no teu dia, no de todos os poetas.
Como sabes olhar essa "fissura da pedra por onde a palavra espreita"... E assim o poema se cria nessa fusão de fogo e água. Belo. Bom início de Primavera! **
Bons dias então...
:))
A palavra ainda é nada.
Belissimo.
Tortuoso é aquele que se destina ao caminho da poesia.
É gratificante encontrar aqui quem saiba escrever.
Abraço.
foi bom: Torga aqui por abaixo e Tu aqui.
Mereces :)
Abraço e até ao teu regresso.
Pedra
Água
Fogo
As tuas palavras esculpidas.
Bjs
Que poema...arde.
Beijinho*
Gota a gota. Como seiva ...
(somos ritmo. batida cardíaca. pulsar. cadência)
vida
iv*
Como se fosse seiva. Como se fosse música. Como se fosse silêncio. Como se fosse fogo. O poema.
Um abraço, amigo.
A Primavera mexe muito comigo.
E não sou poeta...
Ainda de férias, tio Herético!
Não te esqueças de trazer ao Tolilinho um pacote com amendoas de licor!
Chuac!
Gaita!!!!
que arde de saber asim escrever!
beijo.
e bom de tudo.
M.
Resumindo, o poeta tem uma trabalheira dos diabos.
Mas, por muito bom que o poema seja, há olhares que o fuzilam... porque ele vale pela leitura que dele possamos fazer.
E o teu poema pertence à classe dos excelentes. Gostei imenso.
Abraço.
que bonito !...
(ainda de férias???...)
Deliciosa a tua poesia.Leio e releio com prazer. Lamento que a não ponhas em livro.
Bem-hajas!
Beijos
"Rumor da lingua"... O que me fizeste lembrar... gota a gota.
Quem arde é quem escreve.
E eu. Que acabei de te ler.
(Com a verdade te digo a verdade: afirmação)
o cinzel já não levanto
e cadência já não tenho,
só de o pensar fico em pranto
já não sou como em antanho.
nem em força
nem em tamanho.
Ernesto, o avô
Se não levantas o cinzel
Nem a fissura podes achar
Compreendo o teu tormento
Mas não te posso ajudar...
Na casa de que és gerente
Que é tão bem frequentada
Andam meninas à compita
A ver quem é melhor aviada
Por isso meu caro Ernesto
Com se diz cá deste lado
Quem já não pode arreia
E quem tem crista canta o fado...
Abraço
(gostei de te ver por cá..."
Eu chego e tu vais... é o "nosso" fado... eheheh
Beijinho e boas férias ;)
Deixaste por cá um poema a arder... e chegaste com uma prosa alegre de se lhe tirar o chapéu!
Ausência profíqua, pois.
Beijão
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