Fecundemos então as palavras
Na decifração dos sinais que habitam
As coisas ainda por dizer...
Em cada nome há sempre um rasgar de águas
Uma placenta que arde
E o grito surdo do barro sob os dedos
Talhando o nexo ora encoberto na sombra...
E deste lado de nada onde o poeta se agita
Na palavra inominada, a espera. A palavra outra.
A que demora. A que em trânsito se liberta.
Amplexo agora de movimentos inversos
Em que o Verbo se faz sarça. E lume...
Assim o dia. E o bago em bocas pregoeiras.
E as palavras (des)encontradas.
E as emoções aladas em cascata de sentidos.
E seus destinos...
...........................................................
Bom fim de semana. Beijos e abraços...
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17 comentários:
Uma única palavra: "Soberbo"!
Beijos, e beijos
E um jeito assim bonito de poetar! Beijos.
tão bonito este teu poema...............
um bom prelúdio para o meu começo de fim-de-semana..................
bjnh
Fantástico, poeta!
Continua!
Bem-hajas!
Beijos
"deste lado de nada onde o poeta se agita" envio um comovido abraço. Pelo talento, pela sensibilidade.
a rara beleza das palavras a dar ainda mais luz ao fim de semana. "deste lado de nada", agradece-se.
beijo
Muito belo, poeta. É bom acreditar "deste lado de nada" onde a inquietação se instala que há coisas ainda por dizer. E sinais a decifrar.
Bom fim de semana. **
Tão visceral...
... a tua procura das palavras.
Tão poéticas e políticas, sempre!
.
[Beijo...@]
achei este poema simplesmente "FABULOSO".
agora convido o meu amigo Poeta a ler de baixo para cima.
faz sentido e fica sonante.
portanto resumo que este poema pode e deve ser lido das duas maneiras.
meus parabéns!
um beij
não sei se sobra alguma coisa por nomear,
por-dizer.
por fazer, seguramente, muitas sobram,,,
beijo
~
Fecundemos as palavras para que as coisas ditas possam mudar os destinos.
Abraço
Fecundemos então as palavras
se preciso for
para a sua libertação
Muito bom
Abraço
Na tua poesia, as palavras são aves que voam...e poisam sobre as coisas que dizem cristalinamente mesmo o indizível que há nelas...
excelente...
abraços,
Véu de Maya
Se a palavra outra te encontrasse, não andarias à procura dela. Seria uma perda de talento!
Considero excelente o seu poema,
meu caro.
Um forte abraço
«(...) como sucede com a flor duma planta, é na cultura que reside a capacidade (ou a responsabilidade) da elaboração e da fecundação do germe que garante a continuidade da história...»,
in Portugal: Um Retrato Singular- Amílcar Cabral
Estimado amigo Herético, a sua poesia é a fecundação e o garante de que, culturalmente, o nosso pais tem extraordinários pensadores e poetas (vivos, felizmente) que darão continuidade ao que de melhor se fez e faz neste pais.
"Em cada nome há sempre um rasgar de águas
Uma placenta que arde
E o grito surdo do barro sob os dedos
Talhando o nexo ora encoberto na sombra..."
Isto é poesia. Todo o poema o é.Da melhor, da maior, que tenho lido.
Bem-haja pois por assim, aqui, a doar a nós, seus leitores.
Um fraterno abraço, muito grato,
Mel
Muito bom!
Mesmo.
Abraço.te.
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