deixo que rios secos e
tempestades de sons ausentes na memória
de outros Maios se inscrevam
na saliva das palavras
como vibrações de azul em fim de tarde...
assim administrando amoras tardias
em círculos de sol...
lábios ciosos de mostos
inesperados como frutos desprendendo-se
de maduros ou chuvas de deserto...
viajo caminheiro sem pressas
recostado nas bermas
celebrando as sombras e
as festivas giestas outonais
sorvendo o mel das silvas
soltando revoadas de tordos espantados
que riscam o abismo dos olhos...
e me perco nessa entrega matizada de
cores quentes nos odores persistentes
na humidade translúcida dos fetos
na generosidade dos seios
no declive dos trilhos...
e no cio das colheitas
e na sofreguidão de cestos antes das uvas...
e nas ondas de lava
e neste de lume que consome
e nesta festa que explode
em pulsão de madrugada...
terça-feira, dezembro 15, 2009
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ESCULTOR O TEMPO
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31 comentários:
Muitíssimo belo! Adorei!
Beijos.
Muito bom! Grande poema!
Um poema-paisagem que adivinha a mudança.
Um abraço
Uma bela viagem
com palavras frescas
Abraço
Maio esquecido Maio onde as palavras florescem
azuis
( se assim o deixarmos )
.
um beijo
gostei demais deste poema, estrofes ricas, profundas com uma mescla de erotismo.
parabéns!
beij
"viajo caminheiro sem pressas
recostado nas bermas
celebrando as sombras e
as festivas giestas outonais
sorvendo o mel das silvas
soltando revoadas de tordos espantados
que riscam o abismo dos olhos..."
viajei nas tuas palavras. Belíssimas!
Que as cores quentes tinjam sempre os teus dias, Poeta!
Beijinhos.
__________________________________
O seu poema, nos leva para passeios encantadores...
Muito bom!!!
Beijos de luz e o meu carinho...
________________________________
bonita esta tua viagem
em explosão de cores e cheiros
Gostei muito
Beijos
... e sabores...
:)
Em muitas coisas, deixar é preciso...
Para que tudo seja visto sob um prisma diferente do usual, eventualmente melhor.
Excelente poema caro amigo, gostei imenso.
Abraço.
eu também deixo que o azul deleite as selvagens flores de maio
que um pólen maduro
engravide as palavras
que as minhas mãos
em concha
despertem o delírio dos rios
*
Obrigado
Ondas de lava, entendo essas palavras...
Um beijo,
Chris
Um belíssimo poema à flor da pele, embriagado de sentidos, com imagens riquíssimas.
Um abraço.
colorida, saborosa, intensa
viagem!
beijinhos
quase-líquido-rio,
[ assim o chamei,
beijo
~
passo a passo
de
va
gar( :)
retalhos da natureza que explodem em palavras prenhas de beleza
beijo
"A Melhor mensagem de Natal é aquela que sai em silêncio
de nossos corações e aquece com ternura os corações daqueles que nos acompanham em nossa caminhada pela vida"
*Laur@´s Poesias
Caríssimo Herético,
para além de ser um prazer lê-lo é, indubitavelmente, um privilégio que nos concede, ao partilhar connosco a excelsa qualidade literária dos seus trabalhos
destaco
"assim administrando amoras tardias
em círculos de sol..."
Fraterno abraço, grata
Mel
Uau! Temos poeta! Adorei o poema :) Quero mais!
Beijinhos
Um poema cheio de música e de ritmo. Na saliva das palavras, as amoras tardias ... de Maio.
Um beijo.
Oh Por aqui escreve-se muito bem!
[Estou sempre a repetir-me]
:)))
lindo e belo poema do meu caro amigo.
...na verdade «… em cada percurso, sou aprendiz do tempo...» Abraço amigo, CCorreia.
Brilhante poema, meu caro.
NATAL FELIZ E UM ANO NOVO COM PAZ; AMOR E POESIA...E perspectivas de uma nova esperança para o mundo.
Gosto muito.
Foi muito bom passear neste poema...
Gostei muito. Obrigada.
Um beijo com desejos de um Bom Natal
um poema paisagístico de grande beleza, na presença da noite e de tudo o que ela promete ao novo dia
beijinho :)
Adorei o poema!!
Desconhecia esta sua faceta!
Uma vénia... ao poeta!
VOTOS DE SANTO E FELIZ NATAL.
Beijo.
belo poema, a pulsar de sentidos e sensações, recolhidas na natureza.
abraço.
Do «Maio, maduro Maio quem te pintou» partes para um Outono cheio de promessas.
Como sempre um belo poema.
Um abraço
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