quando o sonho se incendeia e as chamas bruscas
evocam os ventos inquietos da memória
e o som de rios caudalosos
e as margens submergindo as montanhas
e o chamamento que se abre no eco
o nome é grito
das aves na ventania...
quando os lagos se abrem em comportas
e distantes barcos buscam o mesmo norte
soltam-se as amarras e as velas
são as noites vigilantes no negrume
das vagas...
desagua então nos olhos
o ameno porto e a enseada do corpo
e a dor sofrida de todas as tempestades
como se o seio virginal fosse vórtice de sede...
terça-feira, março 16, 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
MÚSICA E FLOR
. Flor é uma flor, é sempre flor!... Música é música - é outra música… Música e flor em MI maior Perfume de dor na dor de meu amor... Sopro ...
-
Irrompem do donaire primaveris Cascatas. Que o outono acolhe E matizadas cores. São os olhos pomares. E veredas Debruadas. E o a...
-
Passeio-me nas ondas de teu corpo E o oceano é alvoroço. E naufrago. E me entrego E em ti desembarco E te percorro. … E ...
22 comentários:
E que vórtice, meu amigo!
Que beleza de poema! Adorei! Muitos beijos.
Lindo!
O turbilhão que leva à serenidade.
Abraços
a serenidade ou o desaguar das palavras feitas poema.
belissimo.
beij
Caríssimo Herético,
quando, generosamente, me apelidam de "poeta", me convidam para, no exercício de um dom menor (o meu) ir aqui ou ali, falar sobre (e ler) os meus modestos poemitas, e,depois venho aqui, e a outros lugares onde a palavra desabrocha serena e viva, fico, devo confessar, constrangida e inquieta...
"Valha-me a Santa" diria uma amiga minha (sei que é "herético", tenha lá um poquinho de paciência com estas minhas "beatices"). rsrs
Mas é que penso: como posso eu, Mel, uma modesta e mínima "coisinha" falar sobre poesia, se existem, contemporâneos valores como o seu?
Bem-haja, Herético. O senhor É UM POETA de verdade!!!
Fraterno abraço da Mel
Desaguam aqui, rios caudalosos...
Tens umas "estrelinha", ora não?
Um beijo, admiro-te!
Lindíssimo.
Abraço
Incomensurável
Abraço amigo
Quando os barcos soltam as amarras procuram desesperadamente uma praia
para que as dunas lhes inventem a sede...
Um belo poema, amigo.
Um beijo.
Belíssimo este poema! Adorei este desaguar nos olhos...
Beijos e beijos
Muito bonito, verdadeiramente!
Um bom final de semana, Poeta.
Olá Pai!
Vou-te confessar um segredo...
Tenho dias em que inundado pela insignificância das coisas do meu quotidiano espreito o teu blog...E muitas vezes a sua leitura funciona como um reavivar da alma...Foi o que aconteceu hoje! E através dele vou conhecendo melhor o meu Pai. Continua a escrever, porque assim vais encurtando todas as distâncias em nós...
Um beijo para ti! Feliz dia do PAI!
João
gostei muito, heretico. um grande beijinho.
_________________________________
...lindo, lindo, lindo!
Não se le todos os dias, poemas assim...
Beijos de luz e o meu carinho!!!
_______________________________
Olá, meu caro!
Muito bem composto e encadeado, o seu poema!
Um abraço
excelente este "mergulho" nas águas mansas do poema
.
um beijo
Suponho que a sede nos leva mais longe...
Abraço
Incêndios por aqui ,heretico Muitos redemoinhos.
Mais bonito que a sua poesia só o comentário de um menino João, que gostoso de ler!
tenho mania de ler os comentários .E esse nao resisti, está hiper hiper grandioso
abraços
correndo linhas
de seda
subindo fumos
...até,
~
Uma sede inominável de quietude e claridade. Arrebatador o poema. Beijos.
quando a noite traz pela cintura
o litoral dos ventos
e a tempestade da memória
há uma boca que desperta do sono
e nos sacode a pele
____ até à flor da sede.
beijo, em litorais serenos
Que grande voo...profundo e subtilmente poético, com altivez de àguia e lucidez perfeita.
abraços
Enviar um comentário