domingo, setembro 26, 2010

Horas Baças

Na implosão de cravos
Apenas a raiz
Se finca
E a cor
Em bandeiras
Da fome…
Dias amputados de Futuro
Nos trilhos do Nada…
Descartáveis auroras
De um tempo sem fronteiras
Como chumbo…
E neste arrepio de dor
Uma memória perfumada
Uma vertigem que explode
Nos olhos…
E carnívora se ergue nas bocas
Em apoteose de flor sanguínea
No corpo imaculado
De Tragédia pronunciada…
Como cristal aceso
Em noite de facas…

20 comentários:

jrd disse...

Urge voltar à explosão de cravos.
Abraço

Virgínia do Carmo disse...

Verdade...

Esperemos que a raiz resista para nos alicerçar algum futuro...

Outro abraço...

Rogério G.V. Pereira disse...

Acho que foi este seu poema
aquele de eu vi, ontem,"da minha janela
na zona mais cinzenta que se me apresentou e apresenta, pois as horas continuam baças...

Abraço

AVISO: Hoje não há blogue no “CA”. As minhas “instalações” estão tomadas por uma exposição privilegiando a arte…

Anónimo disse...

gosto de noites de facas, heretico. um grande beijinho*

Mar Arável disse...

Dizes bem

memória perfumada

em carne viva

Abraço

São disse...

Temos que renovar as flores, porque só cravos já são insuficientes.
O poema me agradou.
Boa semana.

lino disse...

Espero que nos fiquemos pela noite das facas, porque a noite das facas longas é um triste episódio passado na Europa moderna.
Abraço

Frioleiras disse...

adoro cravos, rosas, pinheiros, magnólias etc etc

mas.......

odeio violência(s)..




(bjnh muito grande, Herético..)

© Maria Manuel disse...

sim, a raiz e a cor. mas é a cor agora de sangue, de fome, de revolta. muito intenso e actual este poema!
abraço.

MagyMay disse...

As horas são baças mas as raízes são da impulsão de cravos...

Beijo, Herético

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

horas baças ou cravos vermelhos...

um poema profundo...

beij

lis disse...

Oi heretico
com uma chuvinha branda que aliviou os 14% de umidade do ar , o que me deixou "de cama",estou voltando a ativa e encontro além de um texto belíssimo sobre alguns, pouco homens como o Zeca e Artur Fontes ainda me delicio com essas "descartáveis auroras em horas baças ... rs
em tempos de eleição por aqui herético imagine como anda os marqueteiros em suas repetitivas , medíocres e vazias campanhas com atores disputandoo papel de heroi como uma novela,- o nosso forte - rsrs , só que sem poder algum de convicçao.
E candidato tem pra todo o gosto, de palhaços , atores a jogadores de futebol. Essa sim é uma "tragédia anunciada"
E ainda dizem por aqui que somos uma livre terra de livres irmãos!
pra quê ?
deixo meus abraços com os parabéns por poema inteligente e belo

o Reverso disse...

"o que faz falta
é avisar a malta"


a malta foi avisada

não lhe serviu de nada...

Licínia Quitério disse...

Poema a sangrar, a doer, na implosão das flores.
Arrepia...

Beijo.

Graça Pires disse...

Poema em carne viva, em arrepio de dor, em cravos que perdem a cor e só a raiz da esperança os segura.
Belo poema, amigo.

mdsol disse...

:))

C Valente disse...

Gostei
Saudações amigas

luis lourenço disse...

Poéticamente sublime...sobre uma realidade cruel.

abraços,

Véu de Maya.

Poesia Portuguesa disse...

"...Dias amputados de Futuro
Nos trilhos do Nada…"

Que mais poderei acrescentar?

Sabes o quanto lamento...

Bj

MS disse...

... um poema que reflecte a tua/nossa tristeza...

Sempre com muito apreço, te deixo um beijo
(tardia mas não ausente)

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