Declina este silêncio a voz da tarde
Que sobre o Tejo embala caravelas.
Guindastes frios chorando primaveras
Aventuras em farrapos pelo molhe...
Cravo e canela. Era outrora miragem
Do sangue o que hoje é azul perdido.
Não era glória: era apenas o sentido
De partir sem receio da ancoragem...
Não mais flores nem colchas à janela
Nem olhares cativos em cada espera
Nem fulvo marinheiro, celebrado...
Ó Pátria minha, agora! Mimética altivez
Tempo prisioneiro do deserto de Fez
Sonho de sonho: ora perdido, ora achado...
9 comentários:
E
sonhando
vamos
aguentando.
Abraço
Se até o sonho tem de ser sonhado.
Abraço
Assim vamos. Sempre pelos sonhos.
Beijos muitos.
por vezes de sonhos vamos vivendo.
gostei do seu soneto.
uma boa semana!
beij
Pelo sonho é que vamos... andando.
Acho sempre que vale a pena sonhar, é o que nos resta depois de deixarmos que nos atassem de pés e mãos.
Um belo soneto SáMirandino, não ficava mal no Bar...
Um abraço amigo
Excelente soneto, caro amigo.
Publicas muito poucas vezes poesia, mas, quando o fazes, é quase sempre de nível elevadíssimo-
Um abraço.
"Guindastes frios chorando primaveras
Aventuras em farrapos pelo molhe..."
Se tivesse tela e jeito pintava-lhe isto que escreveu e chamava-lhe meu (não por apropriação, mas por sentimento)
Muito bem!
[Olha, tarde não rima com molhe. É de propósito?]
Muito bom. Muito bom, Poeta Amigo.
Um beijo.
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