Cidade sitiada.
Plúmbeos dias de agora como se o tempo
Fosse invisíveis gotas. Instantes sem futuro no consumo
Dos relógios. Apressados.
Pressente-se um vago tic-tac na pele das coisas.
Oscilantes. Como se o movimento fosse rito e
Inconformado se rebelasse contra os muros brancos
De uma cal soturna. E a indecisa cor se afundasse
Na ausência do sol. Desesperada.
E nessa atonal música se desenha
O silêncio. E os passos se inquietam. E os corpos se retraem.
E as mãos se buscam. Contraponto de gotículas
Sobre o declinar das horas. Melancólicas.
Cegos de olhar fundeamos destinos, embora.
Mal refeitos dedos titubeantes. E o som dos pés.
E o lajedo aberto. E as silhuetas. E as sombras que nos tomam.
E as dores vivas de cinza. Em chama.
Furtivos pombos catando o dia
Sobre os escombros da cidade. Sitiada.
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Breves dias ausente de vosso convívio.
Beijos e Abraços.
Grato.
Grato.
12 comentários:
Eu, furiosa e ferida na cidade sitiada, te desejo feliz semana.
Cá estarei na minha escarpa
Abraço
Um rápido regresso.
Abraço
Bom descanso!
Até já.
Beijo.
Há que transpôr os muros que se erguem em volta e ir à luta.
Abraço
Sobre os escombros da cidade, sem dúvida. Triste povo que gosta de viver sitiado e, sobre si, talha a própria lápide tumular. E, não contente, inscreve o epitáfio: aqui jaz um povo que, por preguiça, se escudou de pensar...
Excelente a sua poesia, Herético.
Bem-haja
Fraterno abraço
Mel
cidade...
sitiada...
sentida pela ausência...
um declinar de horas... de vidas...
abrazo serrano
"E as dores vivas de cinza. Em chama." Assim nos sentimos. Aguardamos a tua vinda.
Beijos.
Só generaliza quem quer, em tudo na vida á o bom e o mau
Saudações amigas
que a ausência seja em seu bom proveito.
Saudações amigas
e cá esperamos, pelas tuas palavras sábias.
beij
... eu me cofesso sempre admiradora da tua bela arte de poeta!
De grande sensibilidade, uma 'arma' social...
Beijo
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