Declina este silêncio
a voz da tarde
Que sobre o Tejo
embala caravelas.
Guindastes frios
chorando primaveras
Aventuras em farrapos
pelo molhe...
Cravo e canela. Era
outrora miragem
Do sangue o que hoje é
azul perdido.
Não era glória: era
apenas o sentido
De partir sem receio
da ancoragem...
Não mais bandeiras em
flor à janela
Nem olhares cativos em
cada espera
Do marinheiro em louros
celebrado...
Ó Pátria minha, agora!
Mimética altivez
Do tempo prisioneiro
no deserto de Fez:
Sonho de sonho, ora
perdido, ora achado...
Manuel Veiga
12 comentários:
Pobre destino o nosso!
Estamos sempre de partida mas agora não é por querermos!
Como sabes
tudo se move
até o vento
Abraço sempre
A sétima onda
é que é de arromba
Sonho de sonho
Sonho sonhado
O sonho vai e vem. Só os muros em volta não se movem.
Abraço fraterno
Ainda o cheiro antigo da maresia me inebria e já, perdido o sonho, me afundo...
Lídia
Como eu sinto este poema...
Um belo reflexo de uma realidade ignóbil.
Bjs
Sonhemos, enquanto sonhar não paga impostos!
Abraço
Como não reconhecer o naufrágio de um sonho? E como dizer que alguma coisa, no mais fundo de mim, se recusa a aceitá-lo?
Abraço!
"Cravo e canela" fomos, em desertos e embarcadouros fizemos impossíveis. Fomos por aí e vamos por aqui.
Haveremos de achar.
Abç
A desesperança não pode matar nossos sonhos _queremos mais 'flores à janela e olhares cativos a espera...'por favor!
abraço grande Manuel Veiga
fomos marinheiros de mares e conquistas.
fomos marinheiros e ainda somos, nem que seja de palavras e sonhos.
e o Tejo ali tão perto...
:)
uma poesia única e singular a sua, caríssimo Herético, há muito a merecer registo em suporte papel.
gratíssima pela partilha
abraço fraterno
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