Se a rosa cor-de-rosa abraça um cravo
E logo se desdiz,, se faz rogada,
Não fica o rubro cravo a ser seu escravo,
Mas talvez fique a rosa apaixonada
E, mais tarde ou mais cedo, em gesto bravo,
Reflicta na paixão que foi travada
E venha murmurar-lhe; “Eu furo e escavo
Até tornar-me a flor mais desejada!”
Responde o cravo, altivo: “Eu nunca disse
Que queria estar contigo, ó flor burguesa!
Não pudeste abraçar-me sem que eu visse
Que, usando a mais-valia da beleza,
Me ousavas seduzir sem que eu sentisse,
No teu brejeiro gesto, uma certeza!”
7 comentários:
Mas que metáfora tão bela!
(ou nem por isso...)
Abraço
Todas as flores se desfolham
até tu ROSA
Tudo o que meta cravos e rosas é bonito e bem cheiroso! :)
Abraço
Soneto - metáfora bem interessante!
...também há rosas silvestres.
Beijo amigo
Cuidado, cravo!
As rosas, burguesas ou não, não são de fiar.
Amores floridos, metáforas da humanidade nas suas fragilidades amorosas.
Beijo
Um pouco rebuscado para o meu (singelo) gosto, mas engraçado. Não brejeiro, nem pensar!
Amor é antónimo de brejeirice...
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