Sei que, no dia de hoje, toda a poesia
deverá evocar o nome de Sofia.
Não será excepção este blog...
A minha evocação, porém, vai num poema
de Graça Pires
A sua pessoalíssima expressão poética,
luminosa e fecunda,
e a sua forte personalidade literária trazem-me, por vezes, reflexos de Sofia...
“ Na periferia
da manhã, levemente adiada,
Improviso uma
ilha.
Tão nua como
páginas em branco.
E concedo-me o
direito de esperar Ulisses.
A minha fronte
marcada com palavras sem destino.
O teu rosto,
longamente procurado
Não tem búzios,
nem conchas, nem corais.
Na praia até
então intacta
Sinto a luz de
teus passos.
Ou será uma onda
furtiva
A tornar
transparente a tua ausência?”
Graça
Pires
Poemas
Escolhidos – 1990/2001- página 93
11 comentários:
Devias ter deixado aqui um poema de Sophia, na sua voz tão clara, tão transparente e tão lúcida...
Mas obrigada por me divulgares, a mim que não nego que a Sophia é uma das minhas referências maiores e que a toda a poesia que fez continua a inspirar-me.
Um beijo, amigo.
Realmente muito próxima na claridade e concisão da palavra e na fluidez do ritmo!
Abraço
Muito bem escolhido!
Parabéns pela escolha; parabéns à autora do poema e, naturalmente, à homenageada. Sempre!
Beijos.
Meninas do mar
Abraço
Como se Sophia tivesse voltado para buscar os instantes que não viveu junto do mar.
A Graça tem com a palavra uma intimidade notável.
Beijo
Lídia
Um profundo respeito por Sophia, não apenas pela poesia mas pela Mulher especialíssima que foi. Uma Mulher de uma grandeza e com um sentido de justiça únicos.
Obrigada por nos teres dado a conhecer Graça Pires. Gostei, e muito, do seu poema.
Abraço.
uma bela homenagem, e acho que a escolha do poema da "nossa" Graça foi bem escolhido pois ela também tem um pouco da Sophia.
:)
e o mar continua lá eternamente...
Ontem deixei comentário, não entrou?
Além de me congratular pelo orgulho que Sophia nos proporcinou/a, felicitava Graça Pires pelo poema postado.
Abraço.
Um poema muito belo. Tão belo que parece ter sido bordado por Penélope.
Abraço ao Poeta e à Poetiza.
Parabéns à autora que merece divulgação; Sophia será sempre Sophia...
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