Encobre-se o poeta em seu nome
E assim
emboscado
Recolhe a graça
E se faz Mar
E barco...
E se unge
E se alcança
Marinheiro...
Torna-viagem de
si próprio arde.
E na amurada do
sonho funde as rotas
E todos os
mapas. E em todas as praias
Aporta.
Peregrino...
Em cada enseada
se derrama.
E em todas as
ilhas cativo.
E é mastro
altaneiro. E gávea.
E é o alvoroço
inaugural das ondas.
E o corpo em
flor de Nereide.
E o canto enfeitiçado...
Tece agora em
seu diário
A ortografia da
viagem. E o assombro.
E a vertigem.
E a vertigem.
E em registo
cifrado
Tabelião de
desacertos
Resguarda-se.
E desdizendo-se
se faz rota.
E do sangue
incendiado
Se faz Grito.
É companheiro das brumas
E Argonauta de
todas as demandas.
E de todas as
âncoras
O prodigioso dia!...
Manuel Veiga
9 comentários:
Muito bonito! País de marinheiros, de argonautas, de descobridores, de prestigiditadores da palavra!
Muito bonito, mesmo!
Um poema tão belo que comove...
Um beijo, meu amigo.
Há tipos assim
a fingir de palavras
altaneiras
Bela a tua escarpa
Abraço poeta
Ser Mar na sua grandiosidade, ser barco a enfrentar travessias,
ser Grito a desbravar os versos nas ondas da poesia...
Sorrisos, estrelas, sempre,
Helena
Quando leio versos que me encantam e cujo autor me é desconhecido, pesquiso (rss). Seus poemas não poderiam ficar sem exposição e ao vê-lo, em uma das páginas em que estive, levantando o livro, pude imaginar seu prazer. Mas esse contentamento, por certo, penetra com maior força nos olhos e no sentir de quem saboreia escritos assim, que merecem aplausos. Abraço.
Poeta, marinheiro de palavras ternas....
muito belo!
:)
Marinheiros, da própria viagem.
Argonauta das palavras. Lindo.
bjs
Na crista da onda o Poeta navega o.poema altaneiro.
Abraço meu irmão
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