Esplêndido o
relâmpago e voo das aves.
E o estertor do
grito nos abismos do silêncio.
E as impolutas
neves e os fundos vales.
E as máquinas
modernistas celebradas em poema.
Meteóricas
claridades!...
(E também o
senhor Álvaro de Campos, engenheiro.)
Gloriosos são os
tempos sem memória.
E o gesto puro
que se esgota no “Nada que é Tudo”.
E a altivez das
estrelas em seu gelo derramado
Na profusão de
brilho sem mistério...
Dor “mater” dos
medos
E pudor dos
passos.
E a inútil
espera das amoras antes de acontecerem.
E as palavras
escavadas. E o fogo das rochas.
E a líquida
emoção das horas
Suspensas nesse
enredo...
Gloriosas são as
águas no ventre das montanhas.
E a viagem dos
barcos.
Soberbos os
guindastes.
E o camartelo
arrancando chispas nas margens.
Glorioso o pão e
vinho. E as máquinas. Ainda.
E a opulência
das estátuas. E a febre dos archotes
Rangendo
fúrias...
(in)Úteis Odes
Triunfais.
Minervas sem
alma.
Gares e cais.
E Desertos.
Que não sendo
certos, são toda gente
E em toda a
parte
Embora!...
Manuel Veiga
9 comentários:
às vezes quando leio um verso sinto-o como quando observo um quadro...quero dizer, pelo meu soslaio...
O poema necessário!
Belíssimo. Digno do Manifesto de Marinetti, mas com um toque clássico muito interessante.
Beijo
Gloriosos serão os tempos que vislumbramos,
Poeta
Uma viagem pelos percursos desiguais, nas vertentes da Literatura.
Cada poema, uma surpresa, ainda...
Lídia
E o relógio
Continua a contar
as belezas
daqueles que escrevem
Gloriosos são os deuses
da Poesia!
Abraço,
Maria Luísa
Todas as claridades
são vagarosos instantes
Abraço
Glorioso poema...esperemos pelo pão e pelo vinho...
Beijo, heretico!
E o que aí vem de assombração e luz.
Abraço Poeta, daqui do longe.
completo e belíssimo.
:)
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